Crítica | Vidro – Era pra ser, mas não foi
A saga heróica de Shyamalan se concretiza, Vidro, terceiro filme da franquia de heróis do diretor encerra um arco de 20 anos, mas será que teve o final que merecia?
Após o final de Fragmentado, descobrimos que Kevin Crumb fazia parte de um universo bem maior e isso deixou muitos fãs pulando de alegria, enquanto outros que não conheciam Corpo Fechado, procuraram conhecer, pois ao que tudo indicava, haveria uma sequência, Glass. O último capítulo dessa trilogia heroica, ou será que não?
O filme deixa pontas soltas para uma continuação, apesar de dizer que foi o último capítulo, mas esse não é o pior problema. O final tenta emocionar, mas só o que consegue é deixar o espectador irritado com a impotência dos protagonistas, e falando em protagonismo, o próprio que dá nome ao filme nem sequer tem a relevância necessária, sendo assim apenas um coadjuvante em toda a trama.
As atuações, por outro lado, são maravilhosas, com destaque para o James McAvoy que se destaca de forma perfeita interpretando 23 personagens de uma forma que parece tão simples que faz o espectador acreditar na veracidade do déficit do personagem. É como ver o ator interpretando a si mesmo interpretando vários papéis. Samuel L. Jackson também não perde seu destaque, já que ele não apresenta qualquer reação até a metade do filme, e no desfecho ele dá um show, mesmo com tão pouco tempo restando. Bruce Willys não apresenta nada mais que o comum, e a sua atuação é a mesma de sempre sem causar muito alarde, assim como a Sarah Paulson, prestigiada e amada, mas que aqui entrega uma atuação morna e sem carisma.
Mais uma vez, M. Night Shyamalan demonstra que sabe trabalhar com as cores e as usa com maestria para compor cada cena. O roteiro então, nem se fala. É maravilhoso ver o encaixar de cada personagem dentro da trama, como se aquilo já fosse todo estabelecido desde o início. Todavia, não há clima no desfecho. O que salva é apenas a trilha sonora que traz emoção para as cenas, mas se retirá-las, mais parece um filme que um diretor fez para preencher lacunas e sustentar o hype. Como forma de encerrar, ele acaba eliminando os problemas antigos e adicionando novos, que nem sequer tem uma importância no filme, além de um ou dois comentários perdidos em diálogos.
VEREDITO
É o fim de uma jornada, ao menos deveria ser, mas o filme não cumpre o que promete, e ainda o cumpre muito mal no final das contas, deixando para dois atores carregarem a produção nas costas por mais de duas horas. Ao que parece, M. Night tentou repetir seu feito em Fragmentado, acrescentando elementos dos seus clássicos, mas acaba tornando o desfecho de uma história extremamente interessante, em apenas um filme esquecível e irrelevante.
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