Análise | RAGE 2 – Entre de cabeça em uma tempestade de balas

 

Com uma aposta grande no gameplay, RAGE 2 chegou para mostrar como sobreviver em um mundo totalmente dominado por facções fortemente armadas, e algumas criaturas humanoides visualmente bizarras e perigosas.

História ou Gameplay?

 

Ficou um pouco claro durante a divulgação do jogo que ele teria o foco maior no combate. RAGE 2 se passa 30 anos após seu antecessor, depois que um asteroide colide com o planeta e assim matando quase toda a civilização humana, deixando apenas ruínas daquilo que um dia foi considerado uma grande cidade. O jogo começa com um grande ataque em massa a uma base militar, comandada pelo vilão General Kross, e no meio disso você assume o papel do Ranger Walker para proteger um dos lugares mais respeitado da região. Infelizmente você não consegue derrotar seus inimigos e então muitas baixas acontecem, restando apenas algumas pessoas. Depois disso você recebe a grande missão e a mais importante de todas: Reviver o Projeto Adaga, considerado o único meio de eliminar para sempre a grande ameaça existente no mundo de Ermo. É aí que o jogo realmente começa, com você explorando todo o território, enfrentando diversos inimigos, cada um mais louco que o outro. Entrando de cidade em cidade, cumprindo missões de caçadas e conquistando a confiança de outros, tudo isso enquanto procura por aqueles responsáveis pela sua missão, as pessoas que fazem parte do Projeto e que somente elas podem lhe ajudar a levar o plano ao êxito.

Cada região do mapa possui uma atmosfera um pouco diferente, apesar que tudo esteja em pedaços, sempre tem aquilo que difere uma das outras. Temos lugares totalmente desérticos e temos outros totalmente florestados. Explorando cada lugar, você tem a oportunidade de cumprir pequenos objetivos para “limpar” aquela região que está infestada de inimigos. O fator gameplay em RAGE 2 é o ponto forte do jogo, lhe dando oportunidades variadas de combates. Não existe stealth, apenas todo o poder de fogo excessivo contra os inimigos somado a quatro habilidades únicas que irão lhe permitir sobreviver á esse inferno. O arsenal oferecido ao jogador é muito pequeno, não existe uma variedade grande de armas, apenas as básicas como metralhadora, pistola, escopeta e um lança misseis. Além dessas, ainda tempos outras armas que parecem ser experimentais, como um revolver que dispara um fragmento que entra em combustão ao acionar o comando, permitindo queimar o alvo completamente. Outra arma interessante é um tipo de canhão que simplesmente atravessa vários objetos com um único tiro.

 

Sobreviver no mundo de Ermo não é uma tarefa fácil, e por isso as vezes precisamos cumprir missões secundarias espalhadas por aí para que possamos ganhar pontos e gastar nas habilidades de sua preferencia. Existem três categorias de missões, que basicamente representam pra qual pessoa você está a está executando. Cada vez que completa, você sobe no rank com esse personagem e assim vai desbloqueando novas habilidades para adquirir. Devemos, às vezes, ir em algum ponto do mapa apenas para dizimar um grupo que domina aquele lugar, ou mesmo invadir subterrâneos em busca de criaturas gigantes e poderosas, tudo isso para impedir que ela possa fazer qualquer estrago na superfície. Os veículos te auxiliam nessa jornada, mas infelizmente são mal aproveitados. O seu carro principal é o único que pode ser melhorado e fortificado, todos os outros servem apenas para diferenciar, mesmo que alguns sejam tanques poderosos, mas lentos para ficar indo de um lugar ao outro, não sendo tão bom usar o tempo todo.

 

Explosivamente lindo 

 

Se tem uma coisa que os desenvolvedores capricharam foi no visual de RAGE 2. Andar por terras devastadas é realmente lindo, de um jeito empolgante. O nascer e o pôr-do-sol é digno de ser apreciado, dar uma pausa em todo aquele  tiroteio apenas para tirar aquele print perfeito. A id Software e a Avalanche Studios foram as responsável pelo jogo, a última conhecida pela série Just Cause e pelo ótimo trabalho em Mad Max, esse que podemos ver muitas coisas aproveitadas como referência para a construção deste jogo, além das referências a Doom. A explosões são uma das coisas mais legais. Dá vontade de sair explodindo tudo pois é muito bem feito. Ao vagar por aí em seu carro com suas metralhadores e canhões pronto para explodir alguém, você pode se deparar com um comboio muito bem protegido, e aí entramos em uma perseguição bem elaborada em que devemos aos poucos destruir pequenos carros do final da fileira, e assim seguindo por todo o resto até chegar em um caminhão gigante com um poderoso canhão capaz de te mandar longe (e pegando fogo).

 

A violência no jogo é muito visível, com seus desmembramentos e cabeças explodidas o tempo todo. No final de quase todos os confrontos, sobra apenas pedaços de pessoas que ousaram lhe enfrentar. Há situações que apenas a cabeça ou parte dela é destruída, assim como braços e pernas também pode ser destroçadas. As coisas só mudam quando se usa uma granada ou alguma habilidade de destruição, que no caso não sobra nada de seus inimigos.

 

Mas mesmo assim…

Tem certas coisas que não consegui entender. Era pra ser algo simples mas os produtores pareceram ignorar. O modo foto por exemplo, é simplesmente horrível de usar pois ao congelar tudo para que você possa editar, o áudio da cena fica tocando o tempo todo e isso pode irritar. É realmente chato no meio do combate, você querer tirar aquela foto perfeita mas fica com aquele som de tiro em looping enquanto utiliza o modo foto. Alguns bugs também podem lhe atrapalhar, como inimigos que ficam dentro de paredes, que você não consegue acerta-los de forma alguma. Eu passei por um problema, no qual tinha que ir até uma base inimiga nas paredes de um penhasco, e minha missão era matar absolutamente todos eles e só assim a missão iria se concluir. Algo que quase não aconteceu porque um dos capangas atravessou as paredes do lugar e caiu daquela altura e não morreu, me fazendo ficar vários minutos procurando por ele enquanto o tempo todo estava bem em baixo de mim, e eu não conseguia acertá-lo. Com muito custo, desci sem morrer e matei ele, concluindo a missão. O menu utilizado durante o jogo, para ver mapa, inventario, habilidades e outras coisas, é simplesmente horrível de usar. Parece que estou usando aquele celular antigo que trava o tempo todo, pois ficar alternando as abas dentro desse menu causa uns travamentos que tira qualquer um do sério. Os problemas presentes não são algo que acabe com sua experiencia, mas pode causar uns estresses durante todo o gameplay.

Comclusão

Jogar RAGE 2, é para aqueles que buscam uma boa ação, sem se importar com a história presente. Ficar horas trocando tiros e fazendo perseguições explosivas é empolgante e divertido. Pode parecer repetitivo em alguns momentos, visto que terá que fazer muitas missões parecidas, mas que no meu ponto de vista acaba sendo compensado por diálogos hilários durante os confrontos e uma boa dose de tiroteio. Foi uma experiência boa, mas que poderia ser maior e melhor. O capricho com o jogo é perceptível, e os desenvolvedores queriam realmente entregar uma experiência explosiva para os jogadores. Quem sabe em um futura continuação, podemos ter grandes melhorias em relação a história e assim se tornar um jogo agradável para todos.

Essa análise foi elaborado com uma cópia de Xbox One gentilmente cedida pela Bethesda.