Análise | Super Mario Maker 2 – Construir e jogar Mario em outro nível (exceto com seus amigos online)

Em 2015, comemorando 30 anos da franquia Super Mario, a Nintendo trás ao Nintendo Wii U o game Super Mario Maker, com a ideia principal sendo interagir com as fases da comunidade, e, nas horas vagas, criar alguma fase de Super Mario nos estilos Super Mario Brothers, Super Mario Brothers 3, Super Mario World e New Super Mario Brothers U.

Mas… quem tinha um Wii U? Afinal, o primeiro game vendeu cerca de 4 milhões de unidades no Wii U, enquanto sua aguardada sequência para o Switch, Super Mario Maker 2 (game no qual iremos analisar aqui) vendeu 60% do que o original vendeu em apenas 3 dias (mais especificamente 2.4 milhões de cópias). E então, do que a franquia Super Mario Maker é capaz com um público muito maior? É sobre isso que eu vim falar hoje. Então, bora para a análise de Super Mario Maker 2, jogo exclusivo de Nintendo Switch!

Criação de fases

O modo de criação de fases de Super Mario Maker 2 é parte da experiência do original, porém com alguns recursos novos que fazem total diferença na hora de trazer uma nova criação Super Mario à comunidade. Super Mario Maker 2 é dividido em 4 estilos de jogo, com um estilo de jogo extra (totalizando 5), sendo eles: Super Mario Bros. (NES), Super Mario Bros. 3 (NES), Super Mario World (SNES), New Super Mario Bros. U (Wii U) e o estilo de jogo extra, Super Mario 3D World (Wii U), com uma visão 2D tradicional dos jogos originais do encanador. E uma das coisas mais sensacionais de Super Mario Maker é a alternância dos estilos de jogo em tempo real. Ou seja, você pode começar criando uma fase no estilo de Super Mario Bros. 3 e terminar colocando-a no estilo de Super Mario World, com todos os inimigos e física plenamente adaptados, incluindo limitações da própria jogabilidade entre um Mario e outro.

Isso é um fator que torna a criação de fases muito interessante nessa franquia. E o estilo de jogo extra, no caso Super Mario 3D World, é quase um jogo à parte. A variedade de itens novos, inimigos, power-ups, cenários e jogabilidade são certamente muito maiores do que eu esperava para uma adaptação 2D do que eu considero o mais lindo jogo Mario artisticamente falando (não graficamente, aí temos o Odyssey). Você ainda pode fazer a fase em co-op com alguém, no clássico “repartir o Joy-Con”, com você também podendo testar a fase em multiplayer, que é um modo divertidíssimo, diga-se de passagem.

Mas enfim, eu diria que o maior erro desse modo é não ter uma criação de fase somente pelo controle sem usar o touch-screen no modo portátil assim como há no modo dock, mas não é nada que interfira na divertidíssima experiência que é criar fases nesse jogo. Enfim, é o Mario Creator dos sonhos se você passava horas no Super Mario Flash ou no Lunar Magic criando fases do encanador (e agora com rampas!).

Modo História

Pela primeira vez na franquia Super Mario Maker, temos a adição de um modo história! Isso significa fases 100% criadas pela Nintendo, justamente para dar inspiração aos criadores ao utilizar todas as mecânicas que o modo criador tem para lhe oferecer, com um total de 120 dos mais variados níveis que eu já vi em um jogo Mario oficial.

E pra ser sincero, esse modo história é também um jogo à parte e pode ser uma excelente substituição para o “New” Super Mario Bros. U Deluxe. De verdade, como um longo jogador de Super Mario 2D, esse é um dos “jogos” 2Ds do encanador com as fases mais diversificadas feitas pela Nintendo que você pode encontrar. Ele tem de tudo: fases tradicionais de Mario, puzzles, fases de castelo, gravidade invertida, fases com kart, speedrun, literalmente todo tipo de cenário e categoria de fases. Sem contar a maravilhosa trilha sonora de Koji Kondo, compositor das clássicas músicas que marcaram a carreira do encanador em Super Mario Brothers 3, World, Sunshine e Galaxy.

A história do game conta que Undodog, o cachorro do Reino do Cogumelo, pressionou sem querer o botão de reiniciar a construção do castelo da Princesa Peach, e cabe ao Mario e ao Chief Toad reconstruí-la. E de que forma ambos conseguiram dinheiro para isso? Com uns freelances do Mario, claro! E esses freelances que são na verdade fases que tem um determinado valor, que, somados, vão construindo partes do castelo, até chegar em 100%. No total, esse modo oferece 120 fases, dos mais variados níveis de dificuldades. Algumas, por exemplo, oferecem algum requisito para passar (segurando uma pedra, passar a fase acompanhado de todos os Toads, pegar x número de moedas, etc), mas todas com algum gimmick bem explorado e interessante, uma verdadeira aula de level design. Mas caso você tenha muita dificuldade em alguma fase, o jogo te possibilita um “modo easy” que te permite colocar alguns itens na tela, sejam power-ups ou blocos. E na pior das condições, você pode “chamar o Luigi”, vulgo o jogo passar a fase pra você. O modo história leva cerca de 5 à 10 horas pra ser concluído (e 15 para os mais lerdinhos como eu), diria que é um dos melhores pontos do game. O único ponto negativo desse modo pra mim foi a falta de uma opção multiplayer nas fases. De resto, excepcional (inclusive, a ambientação do mapa desse modo é a primeira ambientação em 2D da série Mario Maker).

Modo online e multiplayer

Essa parte do jogo também é fundamental, por isso merece uma parte da análise em separada. O online é dividido entre a experiência singleplayer e multiplayer. Na experiência singleplayer, temos o Course World, onde você consegue jogar as fases da comunidade. E sério, é uma comunidade sensacional. Você tem fases automáticas, musicais, reproduções de outros jogos e fases tradicionais de Super Mario. Há fases que sempre estão em alta na semana, que sempre estão entre as mais jogadas, geralmente por algum gimmick bastante interessante desenvolvido por parte do criador. Mas o algoritmo de recomendação da Nintendo é bastante diversificado, com fases muitas vezes sequer jogadas, mas observei que há inúmeras fases com baixíssimo clear rate e que são relativamente fáceis de passar. Diferente do 1, o Clear Rate de Super Mario Maker 2 não diz muito sobre as fases. A interação da comunidade é deveras sensacional, diga-se de passagem. E você tem um modo de “skins” pro seu avatar de criador, com roupas relacionadas ao encanador e ao universo do game. É bem legal desbloqueá-las, pra falar a verdade.

E claro, é necessário uma assinatura do Nintendo Switch Online para jogar esse modo.

Agora vamos falar sobre, na minha opinião, o modo mais decepcionante do game: O multiplayer. Quando a Nintendo dizia “play together” [jogue junto], ela esqueceu o “with strangers” [com estranhos]. Ela prometeu que você poderia jogar com seus amigos? Não. Ela deu a entender que isso iria acontecer de todas as maneiras possíveis? Sim!

A Nintendo já prometeu um update corrigindo isso durante a E3 2019, mas nada dele até então. Por enquanto, nos resta testar o Network Play. Ele possui o modo contra e o modo coperativo, onde você joga uma fase aleatória com alguém aleatório. Eu diria que o maior problema disso é a falta de regra sobre região e coisa do tipo. As chances de você cair com um japonês e obter um lag que torne o jogo não jogável são altíssimas, afetando negativamente sua experiência com esse modo. De verdade, eu devo ter jogado umas 2 fases sem lag. É absurdo, esse modo de multiplayer online com aleatórios funciona incrivelmente mal e eu nem sei porque ele deveria estar ali. O pior ponto do jogo, de longe.

Já o modo multiplayer local funciona tranquilamente, assim como os games da série New Super Mario Bros., mas você precisa baixar a fase no Coursebot, ir no Coursebot e colocar a fase para multiplayer.

Conclusão

Por fim, posso dizer que Super Mario Maker 2 é uma das melhores experiências que você vai obter em jogos 2Ds no Switch, podendo incluí-lo entre os destaques do ano. Sem dúvidas alguma vale a compra, mas como citado, o multiplayer decepciona. Basta esperar o update para jogar com seus amigos online e descobrir o potencial que o modo pode ganhar com isso. De resto, uma experiência única!

Super Mario Maker 2 é um jogo exclusivo para Nintendo Switch.