Análise | Ghost of Tsushima – A importância de se finalizar com honra

Prévia | Tudo que sabemos até agora sobre Ghost of TsushimaFinais são difíceis. Geralmente enfrentar o maior chefe de um jogo tenha lá a sua dificuldade, mas independente do combate ou do que houve antes, deve ser iniciado com honra e assim finalizado. Ghost of Tsushima é um jogo sobre até onde vai a honra, seja por um amigo que se foi, uma vila ou até mesmo toda uma ilha.

Após seis anos de desenvolvimento, a Sucker Punch entregou um game digno de encerrar toda uma geração, desde o seu visual à sua jogabilidade, mas entregou apenas o que vimos no início da geração de forma remasterizada. Com mecânicas bastante interativas e até mesmo intuitivas, o jogo se adapta ao estilo do jogador, onde o mesmo escolhe se joga no modo mais furtivo ou avança com tudo. Claro, há ressalvas para missões específicas onde o jogador deve experimentar outros modos disponíveis, o que não o deixa acomodado em apenas um estilo em todas as missões.

Outro ponto positivo, são as posturas e bases para cada tipo de inimigo, o que faz bastante diferença dependendo de quem você está enfrentando, afinal você não combate um ronin da mesma forma que um pirata, um mongol ou um bandido.

Ghost of Tsushima Resolve: How To Heal In Ghost Of Tsushima?

Ainda falando sobre o combate, a câmera cinematográfica do game intensifica a sensação de estar imerso em um filme de samurai, fazendo parte da própria história. Este estilo de combate que permite apreciar a coreografia por uma ótica cinematográfica foi o grande destaque dessa geração como mostrado em Assassin´s Creed: Odissey, Origins e demais.

After seeing the samurai film mode in Ghost of Tsushima, I really ...

Sobre cinema, não há como não citar a forte influência de Akira Kurosawa do primeiro frame ao último. Sua história, a trilha, o cenário e até mesmo os enquadramentos. Quando falei mais acima sobre a imersão que Ghost of Tsushima traz, isso não se dá apenas pelo seu mundo aberto que é de fato vasto e rico, mas também dado a sensação de estar em um filme do Kurosawa.

Um dos primores do jogo são os filtros que podem ser ativados no Modo Fotográfico e estes são realmente muito interessantes pra quem busca uma experiência visual única.

Flipboard: Ghost of Tsushima's Photo Mode is Incredible | Game Rant

Entretanto, nem só de pétalas de cerejeira vive o game, seus pontos negativos pesam bastante na qualidade do jogo, e podemos dizer que seu maior problema está ligado à narrativa. Repleto de quests secundárias, muitas delas se resumem praticamente no mesmo objetivo: tomar um vilarejo e enfrentar os chefes. Basicamente, você tem dezenas de missões que o objetivo é o mesmo, diferente de demais jogos com mundo aberto que suas missões são bem mais diversas. Ghost of Tsushima consiste apenas em ir a lugares, melhorar a sua reputação e obter acessórios. Não que isso possa ser algo ruim, é divertido, mas depois de quatro dessas, se torna cansativo.

Poucos jogos desta geração possuem um visual tão lindo quanto, e em alguns momentos parar para explorá-lo e apreciar é quase que um dever. É um trabalho majestoso da Sucker Punch elaborar cada mínimo detalhe que compõe todo o escopo do jogo.

Ghost of Tsushima photo mode thread | KTT2

Por fim, é um jogo de fotografia e gráficos belos, uma trilha sonora que chega a ser nostálgica para fãs do gênero no cinema, mas sua história principal é clichê e sem tantas surpresas para não dizer nenhuma. Deixando o seu maior mérito para seu mundo aberto e seu realismo exposto que em alguns momentos chega a ser carnificina pura com direito a sangue voando para todo luga e inimigos agonizando até a morte, mas no final das contas, é um jogo realista de samurai em homenagem a Akira Kurosawa, e é assim que se encerra a geração de jogos exclusivos do Playstation 4, com o gosto de um saquê amargo que você pensava ter um sabor melhor, mas mesmo assim tem seu valor e pode ser apreciado por isso.