Análise | Moto G82 5G – Um intermediário bem feito
A Motorola é uma das marcas que mais investe no mercado intermediário de smartphones no Brasil, e recentemente, a companhia trouxe o Moto G82 5G, um aparelho que fica localizado no meio da tabela dentre os aparelhos mais potentes da empresa. O celular tem especificações bem similares a de outros modelos lançados no passado, como processador Snapdragon, tela AMOLED de 120Hz e um conjunto considerável de câmeras. Mas será que isso é o suficiente para abrir a carteira para esse produto?
A Motorola gentilmente enviou uma unidade do Moto G82 5G para a redação da Torre de Controle, e após inúmeros testes trazemos nossas conclusões sobre esse celular.
Construção e design
O Moto G82 bebe da fonte do visual das gerações anteriores da linha Moto G: um corpo simples, com bordas arredondadas, cor única e um leve degradê de formas geométricas na parte traseira. A construção é inteiramente feita em plástico, com exceção da tela, que é obviamente feito de vidro. Mesmo assim, o celular é robusto o suficiente para aguentar quedas sem sustos, e passa uma boa sensação de segurança.
Ao contrário do recente Moto Edge 30, esse aparelho felizmente traz certificação IP52, protegendo o aparelho contra poeira e jatos de água. A espessura é de apenas 8mm, enquanto o peso fica na casa dos 170 gramas, tornando o smartphone bem confortável de utilizar.
Nas laterais encontramos os botões de volume e power, que integra também o sensor de digitais, além da gavetinha de cartão microSD e simCard. Já na parte inferior, há a porta de carregamento USB Tipo-C e conexão para fone de ouvido de 3,5mm.
Tela e áudio
A tela do Moto G82 é um dos principais destaques do aparelho, uma vez que conta com 6,6 polegadas e painel pOLED. O display faz um bom trabalho, exibindo uma proporção interessante de cores, e principalmente, os famosos tons de preto que uma tela como essa promete.
No entanto, percebi que os níveis de contraste e brilho ficaram aquém do desejado, e mesmo que um painel OLED exiba imagens com cores vibrantes, o conjunto da obra deixou um pouco a desejar. Ainda estamos falando de uma boa tela, sim, mas a experiência como um todo poderia ter sido mais madura.
Por outro lado, o modelo ainda traz taxa de atualização de 120Hz, tornando o celular teoricamente mais bem mais fluido e dinâmico na hora de navegar. O resultado é certamente ótimo e dá aquele gostinho de potência para o usuário, tornando tudo bem mais agradável. A resolução opera em Full HD+, condizente para um smartphone intermediário, e quanto a isso não há nenhum tipo de ressalvas.
O áudio é uma grata característica incorporada no Moto G82. O aparelho conta com dois alto-falantes distribuídos pela carcaça, fazendo com que haja som estéreo para o usuário. A qualidade sonora é boa e bem alta, suficiente para ouvir áudios e umas musiquinhas sem problemas/
Câmeras
O sistema de câmeras do Moto G82 é competente no que se propõe a fazer. Na parte traseira podemos encontrar um conjunto triplo, onde o sensor principal conta com 50 MP, somado a mais duas lentes ultrawide e macro, de 8 e 2 MP, respectivamente.
Esse sensor de 50 MP consegue tirar fotos satisfatórias, e embora a Motorola deixe a desejar em suas câmeras, aqui não senti grandes problemas, mesmo que naturalmente os 50 megapixels não façam mil maravilhas, mas o resultado final faz jus ao produto. Todavia, em ambientes com pouca iluminação o efeito de granulação é muito visível e certamente irá incomodar os mais exigentes.
A câmera ultrawide foi surpreendentemente boa, visto que no Moto Edge 30 minhas impressões não foram nada agradáveis. As imagens ficam bem feitas e sem muita distorção de objetos. Já a macro poderia ser melhor, uma vez que a estabilização está pior, bem como o foco.
A câmera frontal tem 16 MP e dá conta do recado, mesmo com uma resolução inferior e granulação mais perceptível em ambientes um pouco menos iluminados. No entanto, o saldo foi bem positivo para mim, mas deve estar longe da qualidade ideal se você adora tirar selfies diariamente com a melhor qualidade.
Desempenho e bateria
Mirando num custo x benefício para o consumidor, o Moto G82 atende muito bem a esse quesito na categoria de benefício, uma vez que o processador Snapdragon 695 e os 6 GB de memória RAM tornam a navegação bem tranquila para qualquer momento, inclusive no multi-tarefas com dezenas de apps abertos.
A tela com taxa de atualização de 120Hz reforça a sensação da rapidez nesse aparelho e durante mais de duas semanas de uso tudo funcionou de maneira perfeita e sem engasgos. Em games o resultado também foi positivo, rodando títulos como PUBG, Asphalt 9, Genshin Impact e outros sem dificuldades.
Como padrão, também rodamos alguns benchmarks sintéticos do 3D Mark, Geekbench, e PC Mark. Todos obtiveram boa performance tanto em GPU quanto em CPU, e conseguindo pontuações interessantes para quem gosta de comparar esses dados.
A respeito da bateria, o Moto G82 tem autonomia de 5,000 mAh, um bom número para um celular dessa categoria, e acompanha carregador de 30W para acelerar a recarga, que pode ser realizada até os 100% em cerca de 1 hora. Já a respeito da duração da carga, é possível conseguir 1 dia longe da tomada com uso moderado, mas se você precisa muito do smartphone no cotidiano, é bom pensar em investir num powerbank.
Vale a pena?
O Moto G82 é, sem sombra de dúvidas, um intermediário bem feito pela Motorola. O poder de processamento faz jus ao que se propõe, a bateria é competente, a câmera cumpre bem a sua função, e a tela é razoável. Dito isso, não há motivos para firulas aqui: o smartphone é sim uma boa pedida, porém…
A Motorola insiste em dar poucos anos de atualização de Android aos seus dispositivos, e nesse caso só teremos um upgrade do sistema operacional, o que definitivamente é um impeditivo forte para uma parcela dos usuários.
Por outro lado, quando voltamos nossos olhos para a concorrência, alguns aparelhos se encaixam na faixa de preço do celular analisado. O Moto G82 custa na média de R$ 1.799, colocando o produto frente a modelos como o Redmi Note 11 (e derivados), o Poco M4 Pro 5G (via importação), os Galaxy A52 e A53, etc.
No fim, o Moto G82 é sim um bom celular intermediário que, tirando a atualização de Android, dificilmente deve desapontar usuários que almejam um produto nesse segmento. Mas com um mercado tão cheio de opções, também pode ser interessante explorar outros caminhos.