Especial Star Wars | Ataque dos Clones – O Início de Uma Expansão

Em 25 de maio de 1983, chegava aos cinemas americanos a conclusão da trilogia clássica de Star Wars. O que parecia ser o fim, se tornou apenas a terceira pedra fundamental de diversas obras que viriam nos anos seguintes. Livros, quadrinhos, séries em live-action e animações, Star Wars se expandiu de maneira inimaginável e hoje é muito mais do que apenas uma série de filmes. Entre erros e acertos, esse universo ainda é o lar de diversas pessoas que buscam força na luta contra o Império.

A equipe da Torre de Controle aproveitou o ano em que se completam 40 anos da trilogia clássica e a semana da estreia da série Ahsoka no Disney+ para falar sobre suas obras favoritas nessa galáxia tão, tão distante.

 

Ataque dos Clones

2002 é um ano muito especial para muita gente, para Star Wars foi o ano em que a franquia começou a explorar o seu universo expandido. O segundo episódio e quinto filme desprende-se das amarras dos planetas que já conhecíamos e nos apresenta uma galáxia expandida e completamente dividida entre a República e o Movimento Separatista.

Enquanto no primeiro episódio tivemos uma introdução ao contexto político das prequels, em ‘Ataque dos Clones‘ esse contexto é desenvolvido e já inicia com um ataque direto ao símbolo da República, a senadora Padmé. Um atentado que nos revela um dos personagens mais importantes dali em diante: Jango Fett. Vemos a Ordem Jedi se tornando mais e mais uma parte intrínseca da República e menos uma ordem de clérigos da paz. Temos de fato o início da guerra que mudaria Star Wars para sempre.

Porém, como nem tudo são flores, George Lucas esbarra no clichê e acaba dividindo a sua trama entre uma investigação sobre uma conspiração dentro da República e um romance com diálogos sofridos que ou te farão dormir, ou pensar “isso me parece muito específico”.

Enviado para proteger Padmé, Anakin, ou melhor, Hayden Christensen entrega uma atuação bem mediana e sua química com a personagem de Natalie Portman é como água e óleo, o que nesse ponto não me parece ter sido culpa de ambos, mas da sua direção e roteiro. No entanto, mesmo que uma melhor direção nos fizesse suportar as cenas dos dois, ambos os personagens transicionavam entre o que realmente importava para a trama geral, como a conspiração dos clones em Kamino, fazendo com que sempre que Padmé e Anakin aparecessem em tela, você rezasse para que aquela tortura acabasse e você voltasse para o filme de verdade.

Entretanto, há uma boa cena de Anakin que revela muito sobre quem ele se tornaria no futuro. Após ter a sua mãe levada pelo Povo da Areia, temos um Anakin em fúria massacrando toda uma tribo, o que nos mostra pela primeira vez, o mesmo cedendo ao lado negro da Força e agindo movido pelos seu sentimento de vingança, e nós sabemos bem o que a vingança e o medo pode levar um Jedi.

Voltando a falar sobre Kamino, Ewan McGregor entrega um Obi-Wan agora cavaleiro e mestre Jedi muito mais experiente e inteligente que no filme anterior, confirmando o quão incrível é o personagem desde seu combate contra Maul. Em sua missão pelo planeta de Kamino o vemos descobrir sobre os clones, a conspiração para a explosão de uma guerra e o plano secreto da República que usava a Ordem Jedi dado seu poder e influência obtido através dos anos. Ainda falando sobre os clones, vemos Jango Fett e seu filho Boba que no futuro (ou passado) se tornaria um dos personagens mais icônicos e com menos cenas em toda a franquia até a chegada de Filoni na LucasFilm. Aqui temos um pai ensinando seu filho sobre o caminho de um caçador de recompensas mais como um foreshadowing de tudo que ocorreria no futuro e como Boba se tornaria o caçador implacável que conhecemos.

Seguindo a trama, também temos a apresentação de Conde Dookan (ou Dooku para os mais íntimos), interpretado pela lenda Christopher Lee, novamente como um vilão, e que atuação meus amigos. Christopher entrega um Jedi Perdido que foi para o lado negro e agora atua como rosto do Movimento Separatista e aprendiz de Darth Sidious, o grande mestre Sith de Star Wars.

A batalha de Geonosis é o que pode ser considerado a grande guerra Jedi que nunca vimos nas telas até 2002. Unindo Jedis, clones, droids, caçadores de recompensas e um Sith, tudo que até ali apenas imaginávamos em livros e quadrinhos do universo expandido. Uma batalha que culmina bons efeitos especiais, coreografia e timing de ação, movendo cada peça como uma engrenagem na história. No ápice da batalha temos a morte de Jango Fett por Mace Windu aos olhos de Boba Fett, algo que ele jamais perdoaria, a inesquecível batalha de Kenobi, Anakin e Dooku que lida com os dois com facilidade levando Anakin a perder a sua mão em uma clara referência a Luke em ‘O Imperio Contra-Ataca‘, Yoda finalmente em uma luta entre mestre e aprendiz com sabres de luz e demonstrando toda a habilidade do lendário mestre jedi, e a conclusão da batalha com Dooku fugindo e se reunindo com Sidious.

O longa encerra com Anakin e Padmé casando-se em segredo e desrespeitando a regra principal da Ordem Jedi. Ou seja, temos uma conclusão satisfatória e bem desenvolvida para o universo de Star Wars que além de expandir, também fecha tramas, por mais que também abra perguntas que até hoje não temos respostas.

No saldo final, ‘Ataque dos Clones‘ entrega tudo que prometia e até demais. Para um capítulo do meio, ele faz o necessário para amarrar as pontas entre o início e o fim da trilogia, mas deixa aquele gosto de “é só isso?”, um gosto que logo seria preenchido com as séries animadas que viriam. Por fim, o longa não possui uma trilha tão marcante quanto o primeiro, mas traz batalhas inesquecíveis e efeitos muito melhores então mantém seu saldo positivo corrigindo erros do passado para cometer novos no futuro.

 

Confira a nossa série especial sobre Star Wars clicando aqui.