A Square que era Soft e agora é Enix
O mundo às vezes dá umas voltas malucas e vai para lugares que ninguém nunca espera. Uma das gigantes do J-RPG, a SquareSoft, na década dos seus maiores lançamentos, os anos 90, enfrentou uma crise financeira forte junto com outras empresas japonesas e precisou se unir a uma das suas maiores rivais, a Enix, para continuar existindo. Para ajudar ainda mais, depois dessa fusão, a qual passaria a ser chamada de Square Enix, uma das mentes mais brilhantes que já passaram pela empresa, Hironobu Sakaguchi, pediu as contas e foi abrir a própria empresa.
Pouco depois disso, eles anunciaram um dos planos mais ambiciosos da companhia, a Fabula Nova Crystallis Final Fantasy, que consistia em 7 jogos em diversos consoles e todos no mesmo universo. Mas como o universo não foi nada gentil com a empresa, vários games atrasaram, outros não foram tão bem aceitos pelo público e, por fim, alguns passaram por um verdadeiro inferno durante a produção. Sim, falo do caos que foi a produção de Final Fantasy XV. Isso sem contar os outros jogos da empresa.
Dada essa não tão breve introdução, eu gostaria de exaltar o que a empresa tem feito nos últimos anos. O presidente da empresa, Yosuke Matsuda, já disse em entrevista ao Game Informer que eles pretendem trazer o seu imenso catálogo para os consoles atuais e PC. Mas ele disse também que possuem uma dificuldade: eles perderam os códigos originais dos games antigos. Pois é… Nem sei o que dizer.
No entanto, nem tudo é derrota. É só ver o que eles tem feito nos últimos anos. Finalmente lançaram Seiken Densetsu 3 para o ocidente, que fora rebatizado de Trials of Mana, no pacote com os jogos para o Nintendo Switch. Além do remake do mesmo game para o console da Big N, PlayStation 4 e PC.
Além disso, a franquia SaGa já recebeu pelo menos três relançamentos no ocidente, com Romancing SaGa 2 e 3 além de SaGa Scarlet Grace. Sem contar os inúmeros títulos de Final Fantasy já disponíveis nos consoles e no PC, e o pomposo remake de Final Fantasy 7 que saiu esses dias e é cotado para ser um dos jogos ano de 2020.
Isso tudo mostra a imensa paixão que a SquareEnix tem em produzir os seus games. Uma das minhas maiores alegrias nos últimos anos foi ter o prazer de jogar Octopath Traveler. Um game novo que olha para o passado com saudosismo, mas sem forçar demais a barra, e nos entrega uma aventura de qualidade com gráficos nostálgicos e belíssimos. Outro ponto que preciso exaltar, a existência da subsidiária Tokyo RPG Factory.
Esse grupo é responsável por desenvolver os maravilhosos I am Setsuna, Lost Sphear e Oninaki. Sua missão é simples: criar jogos com uma pegada mais “antiga” mas sem ignorar o presente. O primeiro game aqui citado é uma carta de amor para Chrono Trigger, para mim o melhor da história, e eles executam com maestria. Obviamente que isso faz dos games desse estúdio um produto mais nichado, ideal para fãs do estilo.
Eu poderia ficar aqui falando o dia inteiro da SquareEnix. Eu já contei aqui como surgiu a franquia Final Fantasy. Então se quiser saber um pouco mais, fica aqui o meu convite. Só para lembrar também que eu tenho uma coluna semanal sobre JRPG aqui na Torre.
JRPGs são uma parte importante da minha vida, por isso eu os trato com o devido respeito. Em breve vou contar muitas outras histórias, além de falar sobre os principais desenvolvedores do mundo, dentre eles um que eu respeito demais. Tem alguma crítica ou sugestão? Por favor deixe um comentário abaixo.