Análise | Olija – Uma jornada rumo ao vazio
Desde os primórdios de nossa existência, o ser humano tem partilhado seu fascínio pelo desconhecido através de historias. Passados entre gerações, contos de desbravamentos, e odisseias rumo ao desconhecido se tornam tão comuns, que entram para o nosso imaginário popular. E com o objetivo de contar mais uma dessas historias, que a japonesa Squeleton Crew Studio nos trás Olija, um cinematic plataformer ambicioso e charmoso.
Uma jornada decadente
A premissa do jogo é bem simples. Você acompanha Faraday um lorde que ao ver a miséria de seu povo, sai numa jornada para buscar recursos e respostas. Em meio a isso seu barco naufraga, o que o leva para uma terra desconhecida cheia de terrores. Apesar de simples a história do game se mostra muito bem desenvolvida, com personagens muito interessantes como o Flautista, e a própria princesa Olija. Seus acontecimentos são bem espaçados numa estrutura de viajem entre áreas, no qual você explora de maneira não linear, e encontra no mesmo ritmo segredos e respostas. Apesar de não me agradar de sua conclusão, vejo mérito na construção de seu plot twist.
Travessia perigosa
Em questão de gameplay, Olija se assemelha muito a outros cinematic plataformer, com seu ritmo mais lento e pausado em virtude da história. Porém, o game trás seu twist de movimentação na mecânica do arpão, na qual Faraday o lança até um objeto ou inimigo, e se teletransporta para seu local. Apesar da ideia ser interessante, eu sinto que o controle do arpão é muito impreciso, e sua assistência de mira mais atrapalha do que ajuda.
Outro aspecto que merece destaque é seu combate, que foca em animações mais fluidas de ataque e teletransporte, o que o torna mais dinâmico que outros expoentes do gênero como Prince Of Persia Classic e Another World. Aqui a variedade de armas e equipamentos se mostra bastante benéfica, já que o jogo carece de variedade de animações ao atacar um inimigo. Mesmo com um um numero considerável de opções de combate, eu não consegui deixar de me sentir cansado de lutar reta final do game.
A beleza de Olija
Se tem uma coisa que Olija se foca é em seus visuais. Desde seus cenários, que transbordam em riqueza de detalhes, até sua cinemáticas que transbordam estilo e fluidez. Porém é uma pena que o mesmo cuidado não foi dado as animações dos personagens, nos quais, realizam ações que podem se tornar incompreensíveis, como uma vez que Olija se ajoelhou e mal dava para saber onde estava sua cabeça e seus outros membros, e isso é algo que se repete ao longo do jogo inteiro.
Apesar dos seus cenários serem bem detalhados, por vezes eles se tornam muito desconexos, trazendo assim, a sensação que as fases não se conectam esteticamente entre si, o que causam um certo estranhamento recorrente. O jogo se esforça bastante para que seus visuais chamem a atenção, porém quanto mais eu jogava, mais defeitos eu via na sua arte e em ambientação geral, até o ponto, em que não conseguia me impressionar com nada mais que era mostrado.
Uma história para ser ouvida
Entre erros e acertos, Olija é um jogo com uma história muito boa, e com personagens extremamente carismáticos. Contudo, seus deslizes em relação a gameplay, e inconsistências na arte fazem desta experiência narrativa um pouco menos palatável. Apesar de tudo, ainda recomendo esse game, para aqueles que gostam de uma boa história, não se importam com um ritmo mais lento, e jogabilidade truncada.
Olija está disponível para PC, Playstation 4, Nintendo Switch e Xbox One desde 28 de janeiro de 2020.
Esta análise foi feita na versão de PC. O jogo foi gentilmente cedido pela Devolver Digital para este review.
Fiquem ligados na Torre de Controle para mais análises como essa.