Artigos
Por que você DEVE jogar Dragon Age: Origins?
Sentiram falta?
SEJAM BEM VINDOS, meus queridos amigos! Bem vindos a mais um texto, da série onde eu te convenço a gastar seu suado tempo e dinheiro com masterpieces do mundo dos jogos (e talvez de outras mídias? hmmm boa ideia Otávio). Assim como fizemos há algum tempinho, eu ACHO que convenci você a jogar System Shock, mas caso não tenha conseguido… bem, eu te encontro no recreio pra te encher de porrada. E hoje voltamos! Dessa vez, para falar do primeiro Dragon Age.
MAS, depois de um tempo, e alguns joguinhos que revisei, estive me perguntando… se a ideia é recomendar clássicos para aqueles que são iniciantes nesse gigantesco mercado, então é ÓBVIO que vou trazer aquilo que é do bom e do melhor… segundo EU! (não existe democracia aqui, tá?)
Minha famigerada BioWare
Você provavelmente já ouviu falar da BioWare, né? Se não conhece ela propriamente, com certeza já ouviu falar dos seus últimos fiascos, vide ‘Mass Effect: Andromeda‘ e ‘Anthem‘, não? (Dragon Age: Inquisition também, mas isso a gente fala outro dia)
A verdade é que se você só ouviu falar deles por isso, você não está errado, meu colega! A BioWare realmente andou tendo seus vacilos nos últimos tempos (e que vacilos…), mas isso não te impede de consumir e experimentar seus clássicos de longa data. Recentemente, tivemos o relançamento da maravilhosa trilogia original de Mass Effect , que mesmo num preço salgadinho e num schedule de grandes lançamentos, ainda vale muito a pena conferir para os curiosos de plantão!
Mas caaalma, Otávio, o texto não era de Dragon Age? Pois é, então, o último Dragon Age foi lançado em 2014, alcançando uma pluralidade de consoles na época. Até os míticos PlayStation 3 e Xbox 360 tiveram suas próprias versões (mesmo que péssimas), e o jogo conquistou uma quantidade absurda de novos fãs, para o universo e para a desenvolvedora. Podemos considerar que DA:I, foi o último título ”bom” do estúdio de RPGs, e depois a mesma se afundou num poço, forçando até mesmo os fundadores a saírem do barco, para não se afundarem juntos.
Com Dragon Age 4 no horizonte, decidi trazer as minhas palavras honestas e convincentes, sobre um dos melhores RPGs a qual joguei, e uma das experiências mais divertidas que tive com vídeo-game. E é isso mesmo, tudo isso foi proporcionado com ‘Dragon Age: Origins’, título lançando em Novembro de 2009, que quebrou records na época, proporcionando diversos prêmios de Jogo do Ano e Melhor RPG.
Vale lembrar que esse título está disponível no PC, pelas plataformas da Origin, Steam e GOG. E também, na Xbox Marketplace, com total acesso a versão Ultimate, com todas as expansões, pelo serviço de retrocompatibilidade. Para os jogadores de PlayStation, infelizmente o jogo só se encontra na PSN do PS3, e com sorte, numa mídia física para o mesmo. Sem mais delongas, vamos lá?
Um dos melhores RPGs de fantasia
Ok, você é fã de Tolkien? Ou melhor, você é fã de George R. R Martin? Ou melhor ainda, você é fã dos DOIS!? Pois é, saiba que se você é fã de algum deles, você automaticamente tem chances de amar Dragon Age, e se você for fã de ambos, você vai idolatrar Dragon Age. (igual eu!)
A verdade é a seguinte: Dragon Age é como ou quase igual a uma partidinha de D&D com seus brothers, a diferença é que você é todos os personagens da party ao mesmo tempo. CALMA, parece assustador controlar tanta gente assim, mas não é tão complexo. Vamos por partes.
Primeiramente, vamos definir Dragon Age. A priori, DA:Origins é um CRPG (ou RPG de Computador), que foi adaptado para os consoles de sua época. Esse título em específico tem foco em uma gameplay tática, com escolhas para o comportamento de sua party, e interações com o campo de batalha. Seguindo a fórmula BioWare, assumimos um personagem totalmente customizado por nós. A parte legal, é que a definição das bases de nosso personagem tomam repercussões pelo restante do jogo!
Você tem MUITAS combinações e starts para o jogo, coisa que já foi possível num título de 2009 (Cyberpunk 2077 chora ao ler isso). Quer fazer um anão de linhagem nobre, e guerreiro? Claro! Um elfo arqueiro da floresta? Óbvio que sim! Um mago humano e exilado? SIM! Você constrói seu personagem, e seu backstory, exatamente ao seu gosto! Dragon Age: Origins dá uma aula de stortytelling e writing, coisa muito difícil de ser vista em jogos recentes.
Se você for igual a mim, provavelmente terá terminado a customização do personagem depois de 3h no menu, e assim terá início a apresentação da história. O mundo de Dragon Age, mistura o que há de melhor nas obras do Senhor dos Anéis e Game of Thrones. Majestosamente, DA mescla uma atmosfera de low/dark-fantasy (GoT) e power fantasy (SdA), brincando com cenários de Alta Idade Média, e elementos fantasiosos de fábulas e contos, como raças, criaturas místicas e magia.
A história não poderia ser mais ”clichê” do que ser o escolhido, para guiar um grupo de guerreiros e salvar o mundo… bem, é basicamente isso, MAS TAMBÉM NÃO É. Dragon Age possui uma pluralidade de culturas, raças e classes no seu universo, e como eles se comportam com os problemas enraizados na sociedade do mesmo, é o que dá o charme absoluto para a obra! Então sim, prepare-se para diversos plot-twists, e MUITA, mas MUITA porradaria e guerra, no estilo Senhor dos Anéis.
A fantasia e o elenco
Excepcionalmente, uma coisa que a BioWare sabe fazer (e muito bem), é personagens carismáticos e cativantes. Em Dragon Age, ela não peca. Muito pelo contrário, alguns dos seus personagens mais influentes, nasceram da obra de 2009. O elenco da obra, se mescla muito bem com a abordagem fantasiosa que o título oferece. Estamos falando de guerreiros templários, uma bruxa pirigótica do pântano, um golem de Pedra, e até mesmo um anão bêbado da taberna.
Uma coisa curiosa e muito boa de se notar, é que o elenco inicial de Dragon Age, possui uma vasta carga de inclusão sexual, sendo possível ter relacionamentos homossexuais COM PERSONAGENS DIGITAIS, EM PLENO 2009! Isso se dá por uma missão nobre da BioWare, de construir um mundo e uma narrativa, onde a guerra de gêneros não existe. Isso mesmo que você leu! Dentro do universo de Dragon Age, homens e mulheres possuem os mesmos direitos, e não, eu não estou brincando.
Nossas interações com o mundo e o com sua equipe, acabam por influenciar seus medidores de afinidade e intimidade, gerando possíveis conflitos, concordâncias/discordâncias ou amizades leais durante a sua jornada. Diferente de outros jogos, as escolhas e decisões tomadas aqui, por mais pequenas que sejam, possuem uma VASTA importância para o enredo de futuros jogos, ou de expansões. E um grande destaque para a trama e seu writing, é que não existem escolhas boas e ruins, são apenas escolhas.
DA: Origins sempre bate na tecla de que ”não há maniqueísmo”, pois você está num mundo decaído e qualquer escolha ou opção, é uma opção. O herói (ou anti-herói) do jogo, é você, meu querido. E pouco importa que suas ações sejam boas ou ruins, tudo que importa é que você tome as decisões difíceis, que nenhum outro poderá tomar!
Seja tático, use seu cérebro, meu amigo!
Novamente, Dragon Age é um jogo que aposta no combate tático, e no uso de estratégia para os diversos cenários possíveis dentro do jogo. A gameplay pode ser mesclada por um botão de pausa tática, para analisar o campo e seus inimigos, ou ir propriamente no guns-blazing, e tentar a sorte no tentativa e erro. E vai por mim, você não vai querer fazer isso.
A série foi pensada originalmente, para ser uma sucessora espiritual de Baldur’s Gate, um jogo que compartilha de mecânicas similares, o que já era de se esperar, já que a mesma foi feita pela BioWare. A fita é o seguinte: Dragon Age não é aquele RPG de ação padrão que você já jogou, um singelo erro de posicionamento ou cálculo, pode gerar a morte da sua party inteira, e uma enorme frustração para você.
Pense em Dragon Age, como se ele fosse aquele teste de Matemática, da dona Márcia do 6ºano, a diferença é que o cálculo que tu tem que fazer, é o de não errar a bola de fogo na cara do seu amiguinho templário.
Junto disso, o jogo possui as clássicas mecânicas de forma de equipamento, e organização de classes e skills. Um mesmo personagem, pode possuir diversas ramificações de subclasses. Lembra do elfo arqueiro da floresta que você criou? Que tal fazer dele um assassino, também? E que tal transformá-lo num letal conhecedor de ervas e venenos? Também pode! Dragon Age: Origins lhe dá um leque gigantesco de possibilidades, seja para o desenrolar do role-playing, seja para o combate. Basta você ter criatividade o suficiente para manuseá-lo com sabedoria!
Considerações finais
Não é surpresa para ninguém que conheça Dragon Age, de saber e entender que a franquia é majestosamente maravilhosa. Mesmo que tenha tido seus vacilos no último título, a saga como um total é uma aventura sem igual!
Estou curioso para saber como as coisas se desenrolarão, no quarto título da série, e para isso, estou re-jogando todos os títulos, e me deliciando em ver a complexidade, e amor que foi depositado nessa série.
Em breve, pretendo te convencer a jogar Dragon Age 2, o título mais injustiçado da franquia, e sinceramente, o mesmo possui o melhor elenco da série, até então. E você meu querido, possui alguma boa experiência com Dragon Age? Compartilha do mesmo amor que esse escritor possui pela série? Deixe seu comentário, e vamos discutir as teorias para o Dragon Age 4!
Conhecedor dos estudos históricos, amante da arte dos vídeo-games, streamer, ex pro-player de HearthStone, ilustrador e escritor.