Análise | Overwatch 2 – Heróis provam o seu valor (de novo)!

 “A imaginação é a essência da descoberta” já dizia o Winston. Um dos jogos mais promissores dos últimos anos e responsável por trazer uma nova geração de jogos PvP no mesmo estilo como Paladins e APEX Legends acabou sendo “morto” pelos seus próprios criadores. Se perdendo na mesmice e perdendo jogadores aos poucos, Overwatch, acabou sumindo – mesmo que ainda tivesse os seus fieis – e precisava urgente de uma repaginada.

 Mas o que deveria ser essa repaginada, o que faria esses heróis nunca morrerem? A surpresa veio em 1 de novembro de 2019 com uma cinemática de arrepiar, porém demoraram três anos para que o jogo realmente viesse a tona, e sendo sincero, durante as duas betas eu não percebi grande diferença a não ser jogar com cinco no lugar de seis pessoas na equipe. Foi apenas com o lançamento oficial – e conturbado – que decidi que sim, Overwatch 2 era necessário para esses heróis se provassem mais uma vez para o mundo!

“Heróis nunca morrem!”

 Existe algo interessante no universo de Overwatch, eles nem sempre saem vitoriosos. E acho importante colocar isso aqui, pois os últimos anos para o jogo foram difíceis. Podemos dizer que era como viver na terra dizimada pela metade por Thanos e jogar sua “continuação” é como a vitória dos Vingadores em cima do Titã! De inicio aqueles que assim como eu ainda jogavam o jogo podem estranhar a sequência ao notar pouquíssimas mudanças e se perguntar “para que um segundo jogo?”.

 Bom podemos dizer que Overwatch 2 é mais uma segunda temporada para o jogo do que uma continuação em sim. Desde a cinemática “Zero Hour” as coisas lançadas sobre o universo do jogo em si se passam depois dos eventos do primeiro jogo. Então sim, esse segundo jogo não só marca novas mecânicas e mudanças no jogo como ele agora ser Free-To-Play, ou como preferirem, “digratis”. Mas a marca Overwatch também está em um novo inicio!

 Já em seu lançamento tivemos três novas personagens, uma para cada classe: Tanque, Dano e Suporte. Durante a primeira beta testamos a Sojourn, nova heroína de dano do jogo, sua gameplay lembra bastante a do Soldado 76, mas com certaz particularidades que a deixam melhor que o herói. Junkerqueen, lançada durante a segunda beta, é uma tanque de dano. Talvez uma das personagens mais divertidas de se jogar desde os últimos lançamos do jogo. E durante o lançamento oficial tivemos a Kiriko, nova suporte e mega carismática, de longe o meu lançamento favorito entra as três.

 Mas nem tudo são flores, a chegada de Overwatch 2 foi bem conturbada e durante toda a semana foi bem dificil de testar o jogo. Mas antes de falar disso com mais calma, vou falar sobre as novas coisas adicionadas ao jogo e como tudo isso pode afetar aos poucos.

“Somos todos soldados agora”.

 O anuncio do segundo jogo deixou muitas pessoas com uma pulga atrás da orelha, pois estaria a Blizzard preparando um novo jogo mesmo ou apenas pequenas mudanças? O anuncio de que Overwatch 2 seria Free-To-Play alegrou a muitos que nunca puderam jogar pelo seu preço absurdo de quase R$100. Digo absurdo por ser um jogo de 2016 e que perdeu muito sua essência e público durante os anos. Mas ser aberto ao público não foi a grande mudança.

 Antes um jogo com dois personagens de cada classe, completando uma equipe de 6 pessoas. Overwatch 2 segue a linha de ter 1 tank, 2 Dps e 2 suportes no time contabilizando 5 pessoas em grupo. Essa mudança foi ótima, talvez a melhor coisa que eles tenham decidido, o jogo ficou muito dinâmico e mais fácil de ser completado. E para nós, meros suportes, muito mais fácil de ficar correndo atrás dos personagens já que, mesmo sendo menos 1 pessoa gritando “preciso de cura”, está muito mais fácil a concentração.

 O jogo também traz novos mapas, alguns exclusivos para modos específicos do jogo, Circuit Royal (Monte Carlo), Esperança (Lisboa), Midtown (Nova York), Coliseu (Roma), New Queen Street (Toronto, Canada) e claro Paraíso (Rio de Janeiro), todos os mapas são muito bem trabalhados, mas nada como o do Rio! Chega a ser um absurdo abrir esse mapa e ver o nivel de detalhes e cuidado que a empresa teve para cria-lo, claro que a vinda de algumas pessoas até aqui ajudou bastante, mas é de emocionar ver o nosso Brasil tão bem representado em um jogo. Desde as padarias aos barzinhos, as casas empilhadas e coloridas e claro o tema da fase são de encher os olhos.

 E não menos importante o jogo tem um novo modo de jogo que beira entre o divertido e o estressante. Chamado de “Avanço” nesse modo nós temos que escoltar um robozão fofo e carismático chamado Clive que empurra um certo objeto até a base inimiga. Não é necessário chegar na base inimiga para vencer/perder a partida, aqueles que controlarem melhor a distância e estiverem ao lado do robô por mais tempo vencem a partida.

 Porém existem certas coisas que chegam a irritar. Caso o time inimigo “roube” o Clive, ele volta andando metade do caminho até a barricada que ele carrega. E durante esse meio tempo muita coisa pode acontecer numa partida, como todo o seu time ser explodido pela ultimate da D.va ou a nova do Bastion e todo o seu esforço ter ido por água abaixo, como também a demora para a sua conquista.

“Meu negócio, minhas regras”.

 Com o jogo grátis é claro que MUITA coisa iria mudar. Antes um jogo onde você basicamente poderia conseguir todas as skins “de graça”, agora você precisa pagar para ter alguns dos conteúdos exclusivos do jogo. Como League of Legens, Fortnite e jogos nesse estilo, o jogo agora terá um passe de batalha que serve para desbloquear esses conteúdos. Claro que aqueles pegarem 1000 Overwatch Coins ou seja R$46, terão acesso ao conteúdo premium e para quem não quiser gastar dinheiro poderão pegas as recompensas grátis do passe.

 Para aqueles que pagarem existem alguns benefícios como o desbloqueio imediato de novos heróis, além de algumas skins, ícones, sprays e chaveiros exclusivos do passe. Para quem optar por não pagar receberá os novos heróis apenas no nível 55, lembrando que o passe vai contar com 80 níveis para serem alcançados. Mas a Blizzard já revelou que será possível obter os novos heróis de outras maneiras como em desafios especiais ou compra-los com moedas do jogo.

 Mas sendo bem sincero, acho que o passe de batalha do Overwatch ainda precisa melhorar muito e passar por alguma reformulação em seu futuro, pois por mais que seja um jogo divertido de se jogar durante algumas horas com amigos, ele é bastante repetitivo e para aqueles que trabalham ou enjoarem rápido de sua gameplay pode ser muito difícil completar os 80 níveis  e/ou ter interesse em compra-lo. Ao menos na minha visão é isso e convenhamos que temos umas 2 skins nesse passe que facilmente seriam dadas de graça no primeiro, até porque não são tão bem trabalhadas quanto as outras.

 E por último, mas não menos importante. O jogo agora vai trazer desafios e um modo PvE. Os desafios de herois podem servir para subirem o seu nível e até mesmo ajudar no passe e em conteúdos dos personagens. Eles são divertidos de se fazerem, não irei negar que fiquei tentado a completar com muitos heróis que nem estou familiarizado a jogar. Já a questão do PvE, onde o grupo de cinco jogadores irão jogar contra máquina, ainda não está aberto, porém os desenvolvedores já comentaram que ele será crucial para a entender a história do jogo e terá diversão garantida.

“Eu vou provar o meu valor”.

 Mas nem tudo são flores, o lançamento do jogo foi bem conturbado e nem digo da questão de pegar quase 20k de pessoas em fila para jogar e ficar por cerca de 30min na tela de carregamento esperando entrar no jogo. O pior vem depois, para aqueles que tiveram a paciência de esperar se depararam com um jogo rodeado de bugs e que não deixavam você jogar. De início era quase que impossível iniciar uma partida e ficar por mais de cinco minutos sem cair e ser desconectado do lobby tendo que fazer todo o trajeto de volta. Foi bem difícil conseguir jogar tranquilo o jogo por uns 3 dias seguidos, hoje a situação já está mais controlada, mas ainda tem uma galera caindo…

 Agora vamos falar sobre como a Blizzard pretende punir aqueles que se aventuram em Hacks e como isso não soa nem um pouco bom para mim em certas partes. Para aqueles que utilizarem de terceiros para ajudar a eliminar os inimigos serão punidos com tendo as suas contas, para isso terão que criar novas e começar literalmente do zero, inclusive na questão de bonecos. Para os novatos os personagens serão desbloqueados aos poucos com níveis e isso vai definitivamente atrapalhar esses engraçadinhos.

 Porém para isso a Blizzard pretende monitorar algumas coisas dentro do jogo, o que não me soa muito bom. Primeiro teve a questão de ter que colocador dados do telefone para a segurança da conta e claro o que mais pegou, ter eles monitorando e gravando os chat de voz das partidas para análise, eles já deixaram claro que depois de um tempo será excluído, mas não me sinto confortável em conversar sabendo que pessoas de não sei aonde podem estar me escutando. É totalmente diferente de você mandar um ticket pedindo para que a empresa investigue tal partida e conduta de um jogador a ter eles a 24/7 te monitorando.

Veredito da torre:

 No fim das contar não pretendo falar sobre a questão gráfica, pois teve poucas melhorias ou de mecânica dos personagens já que teremos atualizações constantes – o que será ótimo inclusive. Mas vamos direto ao ponto, o veredito final.

 Se esses heróis nunca pretendem morrer é bom que a Blizzard cuide muito bem desse jogo e aprenda de vez com os seus erros do passado em não deixar com que o jogo fique absurdamente desequilibrado e esquecido com o tempo. Porém o que realmente vai pegar é será que esses heróis vão conseguir provar o seu valor por muito tempo e deixar os velhos e novos jogadores constantemente contentes? Somente o tempo irá nos dizer, mas se for bem trabalhado com a seu lore, modos novos e heróis que saiam da mesmice e/ou sejam carismáticos. Pode ser que estejamos voltando a uma era onde Overwatch voltará a ser um príncipe dos jogos PvP e agora também Free-To-Play.

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