Lançado pelo estúdio brasileiro Dumativa como uma espécie de atualização, que veio após diversos feedbacks a respeito de algumas coisas que precisavam serem melhoradas, o jogo indie Shieldmaiden Remix Edition chega às plataformas de forma revisada e com uma história ainda mais vasta, visando encantar os mais saudosistas e trazer para os mais novos um gostinho dos jogos antigos.
História
Nós controlamos Asta, uma jovem que é a única pessoa que sobrou em Modigard, após um apocalipse que devastou a terra chamado Cataclisma. Pela cidade, Asta, ainda tem esperança de encontrar a sua irmã que desapareceu, deixando apenas um escudo para ela. E junto de uma Inteligência Artificial chamada Romir, a menina vai caminhando pelo metrô e enfrentando máquinas e estranhas criaturas, a ponto de provar que sua irmã está viva.
A história do jogo é bastante atraente e realmente interessante, o jogo trabalha bem a relação entre Asta e Romir (sendo esse o ponto forte), ambos tem um senso de humor muito grande e isso ajuda bastante a se afeiçoar aos personagens. Ao longo das conversas entre a IA e a menina, conseguimos descobrir mais entre a relação de Asta e Roza, e ao decorrer do jogo, entre os encontros com os vilões, um pouco mais sobre o Cataclisma.
Mas vale destacar que não é fácil prestar atenção nos diálogos. Como não tem dublagem e boa parte da conversa entre os dois acontece enquanto o jogo rola, muita coisa se perde no caminho e isso inclui as vezes informações chave sobre a história do jogo. Senti falta de algumas cutscenes entre uma fase ou até mesmo que o jogo fosse maior, pois fica muita coisa em aberto. Talvez uma sequência?
A menina e seu escudo
O jogo em Pixel art é um plataforma 2D, com uma jogabilidade que exige reflexos e atenção do jogador em muitos momentos, mesmo com uma mecânica bem simples. Asta pode ir pra frente, pular, dar dash, deslizar nas paredes, além de bater, jogar e se proteger com o escudo. Algo bem parecido com o que víamos em jogos das gerações mais antigas, como Mega Man.
Muitas das vezes ele não facilita para o jogador; em certas fases os pulos precisam ser muito bem calculados para não cair em buracos (falsos ou não). Ou existem momentos em que mirar o escuro no local certo e defender rapidamente de ambos os lados pode ser crucial para passar da fase. E tudo graças ao level design, além de ter toda a sua estética ciberpunk muito bonita, enfrentamos inimigos diversos ao longo do caminho. Alguns mais fáceis e outros que nem precisam de tanta atenção.
Mas tenho que falar que ele pode se tornar bastante enjoativo por dois motivos: primeiro, ele é um jogo bem curto, terminei com 2 horas de gameplay (demorei mais quando rejoguei para prestar atenção nos diálogos) e segundo as fases tem alguns problemas que me incomodaram bastante, buracos que não dão em nada! Quanto o espirito de zé lootinho bate, explorar é a primeira coisa que vem na casa, mas as vezes isso pode apenas custar seu tempo, porque não vai ter nada.
Ao menos as boss fights são divertidas, no início podem parecer difíceis, mas nada que 1 ou 2 mortes já não façam você pegar todas as manhas. Estratégia e dedo é tudo que você precisa aqui, tenho que admitir que O Mestre foi a que mais tive dificuldade em passar, porém foi a que eu mais gostei. A trilha sonora em conjunto do design da fase, fica a coisa mais linda!
Pixel arte é vida!
E já que elogiei bastante, nada mais justo que falar sobre tudo que compõe o jogo, dou meus parabéns a direção de arte, pois Shieldmaiden Remix Edition é lindo! Vibrante e energético, as cores neon fogem a tela e se misturam com um cenário pós-apocalítico vivo, o contraste entre o metrô, as ruas da cidade e as fases finais é absurdo, é bem interessante notar em como cada parte se conecta com o design dos chefões. Claro que alguns são bem mais trabalhados que outros, mas nada que atrapalhe a experiência.
Outro ponto a se elogiar é definitivamente a trilha sonora, como um bom jogo 2D a trilha te põe dentro do mundo e muda nos momentos necessários. Uma mistura de pop com o sinfônico que empolga e quando pode te deixa bastante tenso. Vou deixar aqui um dos meus momentos favoritos da trilha do game.
No fim das contas só de saber que um jogo bem trabalhado como esse é brasileiro, a alegria já grita. Claro que ele ainda tem alguns pontos em que poderia melhorar, como sua duração e algumas poucas melhorias nas fases, mas no fim do dia é uma boa diversão para descontrair por algumas horas e um ótimo jogo para aqueles que não tem muito tempo para ficar vidrado em frente a um console direto.
Uma diversão em Pixel arte que lembra o passado, no futuro.
* Esta análise foi escrita com base em uma cópia enviada pela Dumativa Game Studio.