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Análise | Resident Evil 4 Remake

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Análise | Resident Evil 4 Remake

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“Eles conseguiram, eles realmente conseguiram”. Essa era a minha impressão depois da primeira, segunda, … décima e décima quinta hora de jogo. Eles realmente conseguiram trazer toda a magia de Resident Evil 4 lá do ano de 2005 – e muito mais! – , quando o jogo finalmente saiu para o Game Cube e depois para os demais consoles e pc. Eu mesmo joguei em 2006 e de lá para cá, RE4 se tornou o jogo que eu mais zerei na vida.

Comparação gráfica do original de 2005 e o Remake de 2023. 18 anos de atualização tecnológica fazem diferença.

 

Naturalmente eu tinha um hype gigantesco para o Remake desde que foi anunciado no State of Play de junho de 2022. O problema é que com um grande hype vem também o perigo de uma grande decepção. Resident Evil 2 Remake e o Resident Evil 3 Remake nos mostraram duas facetas distintas que a expectativa pode acabar nos trazendo. O RE2R foi maravilhoso e nos trouxe à perspectiva de um futuro brilhante de Remakes da série e da Capcom em geral, por que não? Por outro lado, RE3R serviu como um balde de água fria, não pelo jogo ser ruim em todos os aspectos, mas porque parece que foi feito às pressas, sem o carinho que o original merecia.

Então chegamos finalmente ao Resident Evil 4 Remake (eu sei que você leu com a voz que aparecia na tela de start e que está de fora do remake, infelizmente) e toda à expectativa que ele carregava em torno de si. E olha, posso dizer tranquilamente que RE4R entra na seleta lista de Remakes primorosos que valem não só o nosso engajamento, mas também uma posição entre os goty’s, ou seja, entre os jogos do ano. RE4R é aquele jogo feito com carinho para agradar os fãs de longa data, mas sem abrir mão das inovações exigidas que faz com que toda uma nova geração de players possa usufruir dessa masterpiece.

Nós todos sabemos que o jogo de 2005 ficou bastante datado em suas mecânicas e visual, mesmo contando com versões remasterizadas e até mesmo uma versão de realidade virtual para o Oculus Quest. E talvez você se pergunte: o original é uma experiencia que vale a pena ainda hoje? Eu diria que sim para o caso de você gostar de ver a História dos games acontecendo, caso contrário o Remake veio para ficar como versão definitiva e expansiva, daqui a pouco explico o porquê.

 

A parte do vilarejo (disponível na demo) é uma das mais divertidas, sem sombras de dúvidas.

 

Já nos primeiros minutos de gameplay – disponibilizado também em demo – você percebe que está no universo de RE4, mas de um jeito diferente, moderno, requintado e bem trabalhado. O visual é excelente na nova geração (joguei a versão de PS5), só que ainda está um passo atrás de jogos como Demon Souls – outro belíssimo Remake – e Horizon Forbidden West. O áudio e tudo que o engloba é fenomenal, desde a mixagem de som aos efeitos sonoros. É possível, por exemplo, escutar um ou mais ganados que se escondem na floresta, sem que você os veja. Isso tudo ajuda e muito na ambientação do jogo, que está para lá de espetacular: nós percorremos as áreas clássicas do original num novo olhar que 18 anos de tecnologia nos proporciona. Temos a área rural do começo do jogo, o lago e o seu monstro, o castelo, a área de mineração e por fim a região montanhosa do final do game.

O jogo se divide em capítulos e propositalmente não direi o número deles para que você engaje na sua jogatina sem ansiedade e pressa. Ao jogar cada capítulo, especialmente para quem jogou o original, você percebe uma fluidez no ritmo que é muito difícil de alcançar em jogos. Geralmente os jogos contam com aquela “barriguinha” para valer o investimento de dinheiro e tempo do jogador. RE4R vai na direção de não desperdiçar tempo e história. O que antes era um tanto quanto precário agora é natural e interessante, tal como a história contada a partir dos files ou arquivos. O jogador sente o senso de perigo de acabar as balas e não conseguir lidar com as ordas de ganados, ao mesmo tempo em que quer descobrir mais sobre Luis Serra, Ashley Graham, Major Krauser e claro, sobre o culto bizarro que é liderado pela figura do estranhíssimo Lorde Sadler.

Lorde Sadler agora é muito mais amedrontador, tanto em visual quanto em suas falas.

 

As mecânicas de jogo evoluíram e agora o fator replay está todo embasado no upgrade das armas. O jogador se vê na deliciosa tarefa de coletar tesouros, combiná-los e vende-los para o mercador (sim, ele não poderia ficar de fora!) para comprar armas, maletas e o spray de cura. Agora é possível fabricar as balas com recurso coletado dos ganados e isso torna o jogo estratégico e balanceado em seus variados níveis. Além da compra e upgrade de armas, nós utilizamos a tão preciosa faca de combate de um jeito diferente: ela serve para dar paring nos inimigos, mas abusar disso fará com que ela se quebre e você precise restaurá-la.

A história é aquela que você já conhece, mas agora expandida em detalhes importantes. Ficamos sabendo um pouco mais do background do Major Krauser e de Luis Serra; o culto dos ganados e sua origem também ganharam arquivos e cutscenes. Essa era a expansão pela qual os fãs tanto pediram. As motivações de Ada Wong e o seu relacionamento com o protagonista – Leon Kennedy – ficou mais interessante nessa versão moderna, especialmente pelas piadas de Leon que chega a soltar um “story of my life”. Ouso dizer que o jogo é bem mais envolvente nesse aspecto que ficou um pouco de lado no original por conta da “boa porradaria” que eles inauguraram naquela época.

Por fim, o jogador é premiado com side quests que não existiam no original. Sempre próximo ao mercador é possível coletar um pedido em folhas azuis. Por mais bobo que pareçam, elas divertem e animam o jogador para uma nova run. Ao zerar, percebi que não fiz algumas side quests interessantes e que precisarei voltar depois para aproveitar ainda mais o jogo. Em uma destas missões extras, digamos assim, você precisa derrotar um animal no vilarejo, mas cadê o raio desse animal? Você precisará ser minucioso.

 Mais uma vez: os desenvolvedores acertaram a mão no level design. O maior temor hoje tanto para produtores quanto para os jogadores é se deparar com um jogo chato ou que fica enjoativo com o passar do tempo de gameplay. RE4R não sofre disto e corre nas ponteiras para levar o tão desejado título de game do ano. Eu poderia ser crítico com um detalhe ou outro, mas aqui eu preciso alinhar razão e emoção, e as duas combinadas me dizem que este é um jogo nota 10.

Renan Vianna é graduado em Filosofia pela PUC-GO e também graduando em Teologia. Possui uma enorme paixão na Cultura e como ela pode nos ensinar coisas úteis. Os videogames são o seu hobby favorito.

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