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Análise | Sakura Wars (2020) – Um novo começo

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Análise | Sakura Wars (2020) – Um novo começo

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Introdução

Em 2020, a SEGA finalmente resolveu tirar do armário e sacudir o mofo da antiga franquia Sakura Wars ou Sakura Taisen, como é conhecida no Japão. Sakura Wars começou a ser publicado em 1996 e uma boa porção de seus títulos nunca chegou a águas ocidentais.

Porém, no ano passado a SEGA nos apresentou uma excelente surpresa com o anúncio da localização em língua inglesa do novo Sakura Wars, conhecido como Sakura Wars (2020) ou Shin Sakura Taisen (japonês).

Além de representar uma nova entrada na linha de títulos principais da franquia, o novo Sakura Wars é de fato “novo”, funcionando quase como um reboot da franquia original. Sakura Wars se mantém fiel às suas origens e entrega uma excelente experiência a jogadores novos e antigos da franquia. Confira o trailer do jogo abaixo:

História

Antes de me aprofundar na história, vale dizer que não é necessário ter jogado ou ter conhecimento prévio de nenhum dos títulos anteriores da franquia, já que o título de 2020 é completamente novo. Apesar de novo, o jogo segue o padrão de jogos anteriores, o qual acompanha um grupo de moças na era Taisho que integram a Flower Division.

Além desses elementos, o jogo também conta com a inclusão de um único personagem masculino que deve encabeçar a Flower Division e trazê-la de volta à ativa. A história, portanto, segue Seijurou Kamiyama, um ex-militar da marinha que foi realocado para Tokyo para atuar como capitão da Flower Division. O japão está na Era Taisho, época da revolução industrial e do uso de maquinarias movidas a carvão e fumaça.

Ao chegar em Tokyo, Kamiyama se depara com um ataque de Demônios vindos de outra dimensão e que atacam indiscriminadamente os civis de Tokyo. E é nesse momento que ele conhece a nova força de combate, os Spiricle Strikers (Mechas).

A partir do ataque, Kamiyama é realocado para o Teatro de Tokyo, onde encontra sua nova comandante, Sumire Kanzaki, e suas novas colegas de equipe, dentre as quais se destaca Sakura, sua amiga de infância. Ao se estabelecer no teatro, Sumire encarrega Kamiyama da tarefa de trazer novos ares à Flower Division e de renovar a divisão. Kamiyama então deve treinar as garotas e torná-las capazes de defender a cidade, que atualmente está sobre proteção da Divisão de Shangai.

Além disso, a Flower Division está condenada a ser desmanchada pelo governo, já que não tem produzido resultados satisfatórios. Para isso, o jogo então estabelece o grande objetivo de ganhar os World Games, que é praticamente uma copa de robôs.

A partir desse ponto, a história começa a se movimentar, os vilões são introduzidos e o velho se mistura ao novo. Lembram-se que disse que Sakura Wars ainda se mantém fiel às suas raízes? Pois bem. Alguns personagens introduzidos no jogo, como Sumire Kanzaki e possivelmente “Sakura Shinguji”, a antiga protagonista da série (possível vilã), retornam dos jogos anteriores, como versões adultas e mais maduras.

A história em si me prendeu bastante, especialmente em relação aos diálogos, personagens e universo. A história é lenta e constante, mas sempre com uma boa dose de ação ao longo de cada capítulo. Isto quando a história não apresenta plot twists ou mistérios novos a serem desvendados em relação ao passado.

Jogabilidade

Sakura Wars é definido pela SEGA como “cross-genre” ou cross-gênero. De fato, é uma verdadeira mistura de elementos e gêneros distintos em um único pacote. Mas o que entra nessa mistura, afinal? Entram os gêneros: visual novel, hack ‘n slash, dating sim e role playing. “Mas que mistureba! Isso presta!?” Presta, e muito!

Uma grande parcela do jogo se desenrola no formato de visual novel e role-playing. Essa parcela é focada na parte da narrativa e da interação com os personagens do universo. A parcela menor é focada em dating sim e hack’n slash, que são as etapas de combate e desenvolvimento de romances com as personagens (opcional e paralelo a história principal).

“Mas então eu estou comprando uma Visual Novel? Joguinho de apertar X?”, não necessariamente. Como o jogo mistura os elementos, há partes em que parece que é mais história, outras que parece que é mais combate. O jogo equilibra bem os gêneros para que não se torne enjoativo ou cansativo para o jogador.

Aparte da análise dos gêneros, vamos aos elementos de jogabilidade. Bem, iniciemos com a parte focada em narrativa e história. Para avançar na história, é necessário interagir com os personagens e atingir objetivos, como ir a lugares específicos ou encontrar alguém. Para essas situações, o jogador controla Seijurou Kamiyama em uma perspectiva em terceira pessoa. É possível ir para várias regiões de Tokyo e Ginza, interagir com o universo e seus personagens.

Atrelados aos elementos da história, estão os de dating sim. Esses elementos se traduzem no formato de escolha de diálogos que podem aumentar a reputação de comandante de Kamiyama e melhorar a relação afetiva entre as personagens. O sistema de interação é chamado de LIPS, e as escolhas devem ser tomadas rapidamente para evitar que o tempo se esgote.

Sistema LIPS que integra o Dating Sim de Sakura Wars

Além do formato tradicional de escolha de diálogos, há certos momentos em que é possível controlar a intensidade em que se fala uma frase, demonstrando confiança, entusiasmo, tristeza, etc. Isto também afeta o relacionamento com as personagens ao redor de Seijurou.

Ao interagir com as personagens, é possível desbloquear cenas um tanto engraçadas

Por último, vamos aos elementos de hack ‘n slash. Como vocês podem imaginar, entramos no ponto alto: as batalhas de mechas. Bem, cada capítulo conta com uma sessão dedicada ao combate a demônios e a outros pilotos de mechas. O combate é bem simples e o jogador pode formar combos, esquivar, defender, dar dashes, etc. Cada mecha tem um arsenal e caracterização próprios, variando de martelos e espadas até livros de magia. O objetivo das sessões de ação é atravessar um mapa repleto de inimigos e derrotar chefes.

Além dos ataques convencionais é possível desencadear ataques finalizadores ao atingir certos requisitos. Cada personagem tem seu próprio ataque final

Apesar de divertido, o combate é simples até demais. Não senti um verdadeiro desafio vindo dessas partes. Para alguns jogadores pode parecer muito simples ou desinteressante. Apesar disso, o combate é bem divertido. A sensação de ativar ataques especiais devastadores não tem preço.

Arte e Trilha Sonora

A arte de Sakura Wars é um dos elementos mais notáveis do jogo. Quem viu os teasers e trailers talvez tenha pensado: “eu conheço essa arte…”, especialmente se você já leu ou assistiu Bleach em algum momento da sua vida. A arte principal ficou nas mãos de Tite Kubo, o mangaká de Bleach.

Arte oficial de Tite Kubo para Sakura Wars

Em conjunto com ele, outros grandes nomes da indústria japonesa como Ken Sugimori, Shigenori Soejima e Noizi Ito, responsáveis por obras como Another, K-On!, Pokemon e Persona, também participam do design de personagens secundários.

A trilha sonora de Sakura Wars não é algo que me agrada. Não por ser ruim, mas porque o estilo de música do jogo não bate com minhas preferências. Apesar disso, a trilha sonora foi perfeitamente orquestrada para se encaixar com a temática antiga ou de época, e com o gênero de “novela” ou drama.

Fiquem ligados na Torre para mais análises como esta!

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