Com o anúncio e agora com uma data de lançamento para Resident Evil Village, a discussão sobre a câmera em primeira pessoa no game voltou à tona. Uma parte gosta, uma grande parte – aparentemente a odeia, mas eu estou aqui escrevendo esse texto para defendê-la. Afinal no contexto dos dois últimos jogos principais da séries (7 e Village) ambos se beneficiam da mesma e é disso que quero falar.
Resident Evil 7 foi anunciado junto com a demo Beginning Hour onde tivemos todo aquele puzzle com o dedo de manequim e mostrou bastante do que o jogo traria pra série. A volta do terror, dos puzzles, mas agora em primeira pessoa.
Quando o jogo enfim saiu ele fez jus ao hype que teve. Os enigmas voltaram, a mansão voltou, além de todo um sistema de gerenciamento de itens e vida que remete aos jogos clássicos. No entanto, o game sofreu um hate totalmente desnecessário por parte de algumas pessoas que alegavam que o jogo tinha perdido a identidade e tinha “virado Outlast”. Mesmo que isso fosse o caso – o que não é – não seria um problema visto que Outlast é um bom jogo.
Geralmente essas pessoas tem o que chamamos de saudosismo, isto é, uma espécie de gosto exagerada com coisas do passado. “ah, mas os desenhos da minha época eram melhores”, “na minha época sim tinham games de verdade”. E em casos mais extremos temos pessoas saudosistas com situações ruins. Como por exemplo “na minha época eu passava fome, a vida não era fácil igual a de vocês”.
Agora trazendo essa mesma ideia para o universo de Resident Evil, temos a vertente relacionada às armas biológicas da franquia e agora com a câmera. Reclamam que o game não tem mais zumbis como se a franquia fosse sobre isso, sendo que desde o primeiro game sempre tivemos cachorros, tubarões, um SAPÃO e até uma árvore como inimigos. Então trazer vampiros e lobisomens para a franquia não é um problema, ainda mais que parece estar muito promissor.
Mas voltando à câmera do game, apesar de também ter sofrido com esse saudosismo, eu quero falar sobre o lado positivo dela em ambos os games. De como ela é o que faz Resident Evil 7 ser tão bom.
A primeira coisa e talvez a mais importante é de como a primeira pessoa consegue criar uma boa ambientação para um game de terror. Os sustos são mais assustadores, o clima fica mais tenso e até mesmo as lutas contra o “paizão” e família se tornam mais interessantes.
Além disso, por não conseguirmos ver o que está atrás de nós, auxiliado da parte sonora do game cria um clima único e sensacional. Algo que talvez não fosse possível em terceira pessoa.
Outro ponto que ganha muitos pontos graças a câmera em primeira pessoa e eu espero que volte em Village são as fitas. Temos diversas dessas espalhadas no mundo do jogo e elas tem o objetivo de nos ajudar em algum puzzle, geralmente.
E por último mas não menos importante temos a REengine, o motor gráfico lançado pela Capcom junto ao RE7 e que foi utilizado em diversos outros lançamentos da empresa. Resident Evil 2, Devil May Cry 5 e alguns outros são exemplos de jogos que utilizaram do mesmo e só melhoraram no quesito técnico. Obviamente com algo tão bom assim Village não seria diferente e se manterá com a REengine.
Resident Evil Village será lançado em 7 de maio desse ano. Ele será uma continuação do sétimo jogo. Em Village estaremos em um Vilarejo (jura?), como o nome sugere, mas também em um castelo aparentemente sob os cuidados de Alcina Dimitrescu (a mulher altona do trailer).
E mais, um vazamento recente apontou que o game trará algumas novidades para a franquia, tais como um pequeno mundo aberto livre para ser explorado e até mesmo algum tipo de nudez. Além disso, pela primeira vez um Resident Evil será totalmente localizado para o Brasil. Inclusive deixa nos comentários quem você acha que vai dublar a Mulher Altona hehe.
No entanto, se você ainda tem alguma dúvida em relação a o que o game pode oferecer, tente jogar a demo MAIDEN e se o seu caso for como o meu onde ainda não tem um Playstation 5, pelo menos assista pelo youtube com um bom fone e na melhor qualidade possível. Abaixo vou deixar o relato do Gusta, amigo e redator da Torre que teve a experiência de jogar a demo:
“É impressionante como o medo te acompanha durante a demo, que apresenta gráficos impressionantes e provavelmente com o melhor uso da RE ENGINE. Você mesmo tenso, é guiado pela curiosidade para explorar o local e tentar descobrir o que tem atrás de cada porta. Os móveis, as janelas, quadros e mesmo os detalhes dos elementos dispostos no ambiente deixam o clima mais bizarro, sendo nesse sentido uma evolução do que foi visto no jogo anterior.
Cada copo, talher, quadro e até os tijolos das paredes são incrivelmente bem feitos, e elementos como corpos, sangues e esqueletos apodrecendo são minuciosamente criados , o que ajuda muito na imersão e evidencia o lado criativo da série.
Tudo isso reforçado pela belíssima direção de arte que dá uma dinâmica completamente diferente para Resident Evil em Village que eu com certeza quero ver até onde vai quando o jogo for lançado. O áudio tempest do PS5 acaba fazendo toda a diferença, tornando a experiência no novo console da Sony muito mais imersiva.
Você vai querer jogar esse jogo com fones de ouvido, pode ter certeza. Infelizmente a demo é bem curta, mas é possível ter um vislumbre do que esperar quando o jogo for lançado em Maio. Mas, ainda assim, é possível afirmar que Resident Evil Village tem tudo para superar o jogo anterior e ser ainda mais aterrorizante.”
O game completo trará de volta algumas coisas de jogos passados como o Mercador para comprarmos e melhorarmos armas, além de podermos organizar os itens em uma maleta, coisas utilizadas em Resident Evil 4. Com todas essas novidades o game tem potencial de se tornar um dos melhores – quem sabe o melhor – da série toda.