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Análise | A nojeira monstruosa de Death Trash

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Análise | A nojeira monstruosa de Death Trash

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Antes de tudo…

Baseado na Preview que soltamos a pouco tempo, obtivemos acesso à primeira versão de Death Trash, um indie com aspirações aos clássicos Fallout e com uma gameplay curiosa, que relembra os antigos Diablos. Hoje, após finalizar a minha segunda run, me convenci a sentar e escrever as minhas impressões sobre esse título cheio de potencial.

Lembrando que Death Trash está em Acesso Antecipado e já se encontra disponível na Steam, GOG e Epic Games desde o dia 05 de Agosto. Então, partindo de uma perspectiva de um produto *inacabado*, apontarei na condução dessa análise, alguns pontos que podem mudar no produto final. Então, vamos lá?

Começando pelo começo

Desenvolvido pela pequena equipe da Crafting Legends, Death Trash é acima de tudo um RPG com câmera isométrica. Entretanto, diferente do comum que vemos por aí, D.T é uma obra que aposta muito mais na ação, consequentemente fazendo que se afaste um pouco do pacing da sua principal inspiração: o Fallout original de 1997.

Porém meus amigos, isso não é algo ruim! Dessecar as diversas camadas da gameplay da obra é o que faz ela tão complexa nessa breve versão antecipada. Diferente do que se imagina, há muitas formas de jogar esse game, e ele genuinamente recompensa os jogadores mais criativos.

Somos disponibilizados com uma vasta rede de habilidades, essas influenciando a nossa performance com os tipos de armas e abordagens. É possível variar, e muito. Um assassino furtivo? Claro, por que não? Um engenheiro tecnolóide com invenções malucas? Mas é óbvio que você pode ser isso, você pode até ser um cara louco que come carne crua e joga VÔMITO nos outros. Criativamente… nojento.

Mas Death Trash é sobre isso! É sobre o bizarro e a loucura mais cômica invadirem as camadas da sua obra. Sem isso, Death Trash provavelmente seria um jogo muito passável e pouco interessante. São essas escolhas de design e world-building que permitem o jogo se tornar uma experiência memorável e com muito potencial.

”Mano, mas qual o contexto?”

Tentei ser o mais breve possível na nossa preview para não disseminar teorias e qualquer coisa do gênero sobre a história do game. Muito disso,para preservar e despertar interesse ao leitor, mas aqui acredito que seja bom quebrar um pouco disso.

Death Trash é um jogo pós-apocalíptico, trash-punk (a definição se encontra na preview). Muito do seu enredo absorve o que eu apontei anteriormente: o absurdo de uma sociedade que perdeu o jeito de funcionar em sociedade.

A arte do mapa de Death Trash, é belíssima!

Estamos num mundo que claramente está pagando por seus pecados. Os pecadores tiveram a punição de aguentar chuvas torrenciais de… carne viva e sangue. Esse evento, chamado de ”Bleeding” (ou Sangramento aos íntimos do português), foi responsável pela mudança do mundo como conhecemos. Após ele, a ”Carne” começou a crescer pelo mundo, e dela, criaturas viscosas, monstros indescritíveis e uma praga destrutiva pegaram carona.

E você meu querido amigo, você é um azarado que está no meio disso tudo! Tirado das tetas da sua querida sociedade/cidade, e sem explicação alguma, você é lançado para esse mar de catástrofes e caos e… basicamente você tem que se virar.

Muito da lore de Death Trash se encontra em pedaços de documentos (espalhados pelo mundo), diálogos com NPCs e, especialmente, no storytelling visual. O mundo do jogo tem muito ao que lhe ensinar e contar, então preste atenção nos cenários!

É necessário dizer que a lore e os pedaços de writing estão ainda muito confusos e fora de lugar. Provavelmente por se tratar de um Early Access, muito do roteiro não foi planejado ou arquitetado, portanto o que vimos pode ser apenas o esqueleto da obra. Todavia, há muito conteúdo secundário interessante, que incrementa mais ainda a experiência. Espero ver mais deles no produto final.

O mundo de Death Trash

O mundo de Death Trash é belo e muito disso se deve a sua direção de arte, que sendo bem sincero… é de tirar o fôlego. Há uma precisão de detalhes na sua pixel art, que faz você parar para admirar. É realmente muito bonito.

Cenários que relembram os clássicos Fallout’s e até Wasteland, há muita inspiração e carinho depositado neles. Porém, você facilmente ficará enjoado pela pouca variedade deles nessa versão. Acredito que isso seja pela predominância da mesma paleta de cores ”morta” em todo o jogo. Talvez, com as futuras áreas a serem lançadas, esse problema seja resolvido.

Colocando isso de lado, o mundo de Death Trash é hostil, e possui muita vida. Ao vagar pelo mapa, nos deparamos com encontros aleatórios, que podem ou não em resultar em um load no seu último save. Alguns desses, podem até resultar em diálogos engraçados com um homem pelado.

Death Trash poderia dar mais atenção e variar sua paleta de cores, faria muito bem para cativar a atenção de jogadores inspirados.

Mas a verdade, é que uma das coisas que faz muita falta no jogo, é uma trilha sonora própria. A obra aposta muito na imersividade e atmosfera, o que é realmente muito bom e legal, visto que o sound-design dos itens e ações são realmente incríveis. Porém, as obras a qual inspiraram esse indie utilizavam de sonoridades ambientais, que simulavam diversos tipos de sons e transmitiam a devida atmosfera.

Aqui, raramente as coisas fazem barulho. Acredito que para transmitirem a devida intenção de atmosfera e design, seria necessário dar atenção e importância para essas sonoridades ambientais, que encontramos em jogos como S.T.A.L.K.E.R e Fallout.

Um ARPG? Não sei, mas é bom

A gameplay de Death Trash segue o dilema que Henrique Fogaça nos diz no programa MasterChef: menos é mais. É simples, intuitiva, dinâmica e funciona muito bem.

Bonk!

Lembra que eu disse que isso lembra Diablo? Então, por estarmos num esquema de câmera isométrico, muito da ação é geralmente planejada com cautela e estratégia (variando com a sua build, óbvio), sendo que, no calor da batalha, tudo se torna um caos.

Você rola, atira, mete porrada, joga vômito, joga granada, solta raio pelos dedos, fica invisível… é, dá pra fazer muita coisa. Mas calma, algumas dessas formas de gameplay ainda estão muito desequilibradas, e pela minha experiência, presenciei que aquele que foca em armas de fogo ou stealth, estará com o jogo facilitado em 1000%.

Será necessário uma revisão das outras ferramentas, pois algumas (como o Ocultismo) estão realmente inferiores, comprometendo assim, a devida importância que deveria ser dada para essa variedade.

O design dos confrontos é bem inteligente e divertido, e boa parte disso se mantém numa simplicidade bem acessível graças a praticidade da HUD. Ela é bem simples de entender, bem fácil de manusear e acessar. Assim, até mesmo aqueles que se distanciam de RPGs e suas complexidades poderão se sentir em casa aqui. Ela não é nenhum monstro de sete cabeças.

A gameplay e interação do cenário são profundamente entrelaçadas, já que se esquivar e fazer bom uso de coberturas é uma das principais estratégias para não perecer ao mundo. E vai por mim, você vai morrer um bocado ainda. Mas nada muito alarmante, o jogo dosa muito bem a sua dificuldade.

Impressões finais

Death Trash é um jogo estranhamente bom. Por estar em Early Access, muito do que temos é limitado, e provavelmente será diferente. O problema mais alarmante que vejo é ele não possuir uma localização em PT-BR para o nosso público, entretanto, diferente de uma obra como Disco Elysium, o writing é simples e acessível, mesmo que inglês.

É um jogo com um potencial GIGANTESCO, porém, falta algumas coisinhas aqui e ali, para atingir o seu verdadeiro potencial. Coisas como a Lore devem ser mais trabalhadas, mais NPCs que sejam de fato marcantes e memoráveis, mais atenção na atmosfera e trilha sonora, e dar mais variedade e equilíbrio para a gameplay.

Porém, por mais que ainda falte muita refinação para o produto final, ele com certeza é um título cercado por paixão e esforço. Um título que vale muito o investimento e atenção, especialmente para aqueles que são fãs de temáticas pós-apocalípticas, e um título obrigatório para fãs de longa data de Fallout.

*Esta análise foi feita com uma cópia do jogo para PC-STEAM, gentilmente cedida pelo pessoal da Crafting Legends!*

Conhecedor dos estudos históricos, amante da arte dos vídeo-games, streamer, ex pro-player de HearthStone, ilustrador e escritor.

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