Imagem cortesia de Chris Alaimo, do canal Classic Gaming Quarterly (@CGQuarterly no Twitter)
Lançado na América do Norte pouco menos de um ano após seu lançamento no mercado japonês, e rebatizado com o nome de Sega Genesis, o 16-Bit da Sega completa hoje 30 anos de seu lançamento em território norte americano, em que fez um estrondoso sucesso e conseguiu o impensável à época: brigar de igual pra igual com a Nintendo, chegando inclusive a vender mais unidades do que seu concorrente direto, o Super Nintendo, numa proporção de 2:1, muito por consequência de agressivas estratégias de marketing aplicadas pelo hoje lendário Tom Kalinske, que assumiu o posto de CEO da Sega da América em meados de 1990.
Com o clássico slogan “Sega Does What Nintendon’t“, a promessa de entregar experiências fiéis às que se tinha nos arcades (mercado no qual a Sega sempre teve ampla expressão), acordos com personalidades dos esportes e o mito do “Blast Processing“, a Sega da América focou-se em vender uma imagem de que o Genesis era o console mais “cool” do mercado, com foco no público jovem, frequentemente tratando o console concorrente como sendo algo direcionado ao público infantil. A velocidade de processamento do console foi um dos pontos nos quais as campanhas de marketing da sega se apoiou, e foi o ponto de partida para a criação da lenda do Blast Processing.
O próprio Sonic tem em sua identidade muito do console: sendo o terceiro mascote da Sega (depois de Opa-Opa e Alex Kidd) e feito sob medida para ser o garoto propaganda do console no mercado americano, tendo inspirações em Michael Jackson e Bill Clinton. Com o trabalho de Kalinske no mercado americano trazendo resultados muito melhores do que os que a Sega conseguia no mercado japonês, onde ficava atrás do Super Famicom e do PC Engine, não é de se estranhar toda essa influência.
Durante seu ciclo o console recebeu “expansões”, por assim dizer, em forma do Sega CD do 32-X, que foram o ponto de partida para diversos problemas internos e conflitos entre a Sega da América e a Sega do Japão, e onde a empresa começou seu longo e lento processo de fracassos que vieram a culminar em sua saída do mercado de consoles enquanto desenvolvedora de hardware no fim do curto ciclo do Dreamcast, duas gerações após o Genesis, o que torna irônico, ainda que correto, afirmar que o Genesis é o representante máximo da ascensão e queda da Sega no que diz respeito ao mercado de consoles.
Mesmo depois de ser oficialmente descontinuado em todos os territórios (ao menos em sua forma original, já que todos sabemos da relação da Tec Toy com seus relançamentos e modelos alternativos do Mega Drive), o Genesis ainda é um dos consoles retrô mais populares, e o iminente lançamento de sua versão mini agora em Setembro só reforça dua popularidade e importância na história da indústria de videogames.
O Sega Genesis está morto, vida longa ao Sega Genesis!