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Análise | Untitled Goose Game: Metal Ganso Solid

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Análise | Untitled Goose Game: Metal Ganso Solid

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Você já jogou Metal Gear Solid, a famosa franquia de Hideo Kojima baseada em furtividade, e pensou “nossa, eu gosto muito disso, mas queria poder jogar como um ganso“? Pois seus desejos se tornaram realidade! Conheça Untitled Goose Game, um jogo publicado pela Panic e desenvolvido pelo discreto estúdio indie australiano House House – responsável anteriormente apenas por Push Me Pull You, tendo Untitled Goose Game como seu segundo jogo. Lançado em 20 de Setembro para PC, Mac e Nintendo Switch, é um jogo estilo sandbox leve focado em furtividade, bem como em Splinter Cell ou o anteriormente mencionado Metal Gear Solid, mas trocando os cenários de guerra e a espionagem militar por uma cidadela urbana pacífica e um ganso determinado a infernizar a vida pacata dos cidadãos.

Com o início do jogo, o jogador aprende o básico de como ser um ganso – andar, grasnar, bater as asas, pegar coisas com o bico – claramente todo o necessário para se viver bem e causar extremo caos, e é apresentado a um pequeno terreno que leva a um jardim rodeado por cercas de madeira. Daí se inicia a sua primeira missão para mostrar que você é um verdadeiro membro dos Militaires Sans Frontières ou dos Diamond Dogs (ou pelo menos alguma coisa assim): Arrumar um jeito de entrar no jardim. Como? Você decide.

Olhando para dentro do jardim, tem um jardineiro, seguindo sua rotina normal: regando o solo, podando plantas, separando suas colheitas, e acima de tudo, completamente desatento ao fato que seu dia será infernizado em breve por uma pequena criatura palmípede branca. Após dar o seu jeito de entrar no jardim, novos objetivos serão liberados, incentivando o jogador a seguir por um caminho para prosseguir com o jogo e experimentar novas estratégias para causar caos e desordem. Você está livre para mexer em tudo o que o seu bico pode alcançar, contanto que mantenha distância o suficiente do jardineiro para que ele não veja que surpresas não tão agradáveis você guarda para ele. Você pode usar itens do cenário para criar distrações, pode grasnar para chamar a atenção, interagir ou pegar coisas com seu bico e usar as alcovas do cenário para se esconder. Se você tirar alguma coisa do lugar, pode ter certeza que o jardineiro vai perceber, e se ele te ver correndo por aí com aquilo no bico, ele vai perseguir até que você consiga despistá-lo ou que ele consiga recuperar o que você “pegou emprestado” de volta. Ser pego não é uma punição tão grande: Em quase todas as vezes, você apenas será empurrado de volta para o começo da área ou terá o seu trabalho desfeito, situações que deixam que você tente de novo quantas vezes quiser. É uma brincadeira gigante de esconde-esconde onde o “pegue” da brincadeira constantemente se mete em confusões e situações hilariamente desagradáveis.

Os controles são simples e fáceis de aprender, e certas funções podem ser alteradas à sua preferência, como segurar ou apertar os botões para realizar certas ações, deixando a experiência muito tranquila de controlar. Uma lista de objetivos é facilmente acessível com o apertar de um botão, dando apenas uma frase como guia para que você descubra como fazer aquela tarefa. Coisas que variam de “faça o jardineiro se molhar” a “derrube o balde na cabeça do homem” ou até “tranque a vendedora na garagem”, que deixam que a criatividade de quem joga decidir como chegar até aquele objetivo, e completar esses objetivos leva a abertura de novos caminhos para explorar novos cenários com mais pessoas e diferentes objetos para se interagir – tudo sem telas de transição, menus ou tempo de “loading” (com exceção do menu principal e algumas notificações).

Visualmente, Untitled Goose Game é bem simples – todo o cenário e os personagens seguem formas arredondadas, com um colorido leve e agradável e sem contornos distintos. As pessoas não possuem expressões faciais ou vozes, mas são expressivas o suficiente por suas ações, lembrando de certa forma uma comédia muda no estilo de Buster Keaton ou Charlie Chaplin, com uma velocidade mais leve e tranquila – o que pode ser ainda mais evidenciado através da música, que é toda composta de pequenos arranjos dinâmicos de piano, entrando em ação quando algo de diferente acontece (como uma perseguição ou uma alteração no ambiente), mantendo o tom leve e agradável do jogo.

A este ponto, toda a fórmula e objetivo de Untitled Goose Game deve estar clara: É um jogo onde você escolhe um objetivo da lista que envolve infernizar a vida dos cidadãos e tenta realizar ele sem ser descoberto, utilizando das situações e cenário ao seu redor para alcançar seu objetivo – com consequências comicamente irritantes para quem se mete no seu caminho. Infelizmente, em sua simplicidade, o jogo acaba por ser consideravelmente curto, possível de ser terminado em torno de 3 horas em uma jogatina normal, o que pode afastar alguns jogadores. O jogo possui objetivos extras, incluindo certos objetivos que dão início a um modo “speedrun”, mas ainda assim a quantidade de horas dedicadas ao jogo muito provavelmente permanece com um só dígito.

Em conclusão, Untitled Goose Game é tão simples, direto e engraçado como seu próprio nome. Com um clima bem agradável e descontraído, é um jogo catártico e divertido que vale cada hora de jogo – mesmo que estas sejam poucas. Com seus objetivos extras e natureza sandbox, pode levar a novas jogatinas levemente diferentes, e por mais que não possua multiplayer, é um jogo muito bom de colocar os amigos para jogar, simplesmente para rir e ver em quais soluções eles pensam. Direto ao ponto, o que você vê é exatamente o que você recebe: Se parece minimamente o tipo de jogo que você gostaria, não hesite: Untitled Goose Game é altamente recomendado. Tem um botão dedicado a grasnar, o que mais você quer?

Esta análise foi realizada usando uma cópia para Switch adquirida pelo próprio autor.

Cientista Ambiental, Ilustrador, Tradutor e Editor que vive de cabeça nas nuvens. Anda ouvindo a OST de Danganronpa, é pai de 4 gatos, ri de coisas sem sentido, é vegetariano e tem uma paixão por maracujá. Ama jogos de plataforma, histórias bem contadas e tem mania de jogar coisas esquisitas, e seus jogos favoritos incluem as sagas The Legend of Zelda e Metal Gear, Super Metroid, Persona 5 e Shadow of the Colossus.

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