A Capcom trouxe para os fãs da franquia Resident Evil uma novidade interessante e um pouco diferente do que estão acostumados. Project Resistance entra para a lista de jogos multiplayers da famosa franquia de survivor horror, com mecânicas diferentes de seus antecessores Outbreak e Umbrella Corps.
O jogo é 100% multiplayer PvP (player versus player) assimétrico, contando com 5 pessoas na partida, sendo que 4 representam os sobreviventes e 1 é o vilão que quer acabar com os mocinhos que só querem sair vivos do laboratório de Raccoon City.
Nós da Torre de Controle tivemos acesso ao beta fechado e a demo disponibilizada na Brasil Game Show 2019 e resolvemos dar nossas impressões sobre como foi nossa experiência com a nova aposta da Capcom na franquia.
As mecânicas do jogo, em geral, são as mesmas que foram implementadas em Resident Evil 7 e Resident Evil 2 (2019), na famosa RE Engine, além de que os gráficos, a movimentação e os modelos de personagens foram mais baseados no Resident Evil 2, parecendo ser uma DLC do mesmo.
A única coisa que difere dos Resident Evils citados é o tipo de jogabilidade. A princípio parece estranho sair daquele ambiente mais metódico para algo mais rápido e que exige além do raciocínio apurado, rapidez na tomada de decisões e boa dose de habilidade para lidar com os diversos inimigos e empecilhos que surgem no caminho, tudo isso aliado à pressão de uma contagem regressiva.
Em Resistance, os sobreviventes vão precisar solucionar certos puzzles dados pelo vilão, sendo achar peças faltando, destrancar dispositivos de segurança e até mesmo destruir experimentos da própria Umbrella. Olhando assim, não aparenta ser algo difícil de se fazer, mas ao pegar o controle e jogar pela primeira vez, você vai acabar se espanando mais do que acertando. Mas basta conhecer um pouco melhor o jogo e suas mecânicas e você já conseguirá vencê-lo sem muitos problemas.
Os sobreviventes foram divididos em classes conhecidas de jogos multiplayers, como Dano, Tanque e Suporte, além de uma nova classe, a Hacker, sendo que os dois rapazes são Dano e Tanque, que exigem mais ataques corpo-a-corpo (incluindo os ataques especiais), tendo acesso a armas mais pesadas como bastão, tochas e pedaços de madeira. Já as duas garotas são Suporte e Hacker, que tem acesso à pólvoras e vários tipos de armas de fogo (que seriam as armas padrão dos Resident Evils).
O Mastermind – pelo menos durante a fase beta – foi tachado pela crítica como o único personagem “quebrado” do jogo. O vilão, primeiramente, não é em terceira pessoa como os outros personagens; ele é na maioria da jogatina em primeira pessoa, dando a impressão ao jogador que está olhando para os sobreviventes através das câmeras de segurança.
As armas do Mastermind são compostas por várias cartas com diferentes zumbis, armadilhas e ações que o mesmo pode posicionar no cenário, como metralhadora automática ou atirar nos sobreviventes. Cada um deles exige um tempo de carregamento para poder utilizá-lo e posicionar nos locais, sendo que essa parte é a que atrapalha mais a gameplay dos que estão como sobreviventes do que estando como o vilão.
O tempo de carregamento das cartas é rápido, levando poucos segundos para poder posicioná-las, permitindo por exemplo que o jogador controlando o Mastermind coloque muitos zumbis em uma sala, deixando a gameplay fácil para ele, mas complicada para os sobreviventes. Isso faz com que o jogo pareça às vezes desbalanceado, fazendo com que na maioria das vezes, os sobreviventes não consigam chegar na segunda e terceira/última fase do jogo.
Além de posicionar os zumbis, o Mastermind também tem a possibilidade de controlar alguns deles, fazendo com que acertem com tudo os sobreviventes, ao invés de esperar lentamente o ataque (confesso que é a melhor parte do jogo). Com tanto dano causado nos sobreviventes, existe esse certo carregamento que revele a sua arma suprema, o Mr. X, tendo as mesmas funções de controlar os zumbis, suas próprias habilidades e além de que ele é insta kill. Uma vez que você for pego pelo Mr. X, é morte na hora! A vantagem é que ele tem certo tempo determinado para ficar no local, o jeito é correr dele.
Um último detalhe que observamos foi o tempo de espera para se iniciar uma partida (no beta fechado), que chegou a vários minutos, atrapalhando um pouco a experiência. No entanto, cremos que isso se deve ao fato da beta ter sido bem limitada, e a quantidade de jogadores disponíveis para partidas era pequena.
Project Resistance, de modo geral, parece ser uma ótima proposta, um diferencial para a série de survival horror. É divertido de se jogar com os amigos e pode trazer de volta os fãs que gostavam dos títulos multiplayer da série. Mas nem tudo são flores, pois o combate ainda parece desbalanceado – pendendo para o lado do “vilão” Mastermind – e uma certa curva de aprendizagem necessária para que se consiga compreender a jogabilidade e a dinâmica do jogo. São aspectos que podem ser melhorados com o tempo, visto que o jogo ainda está em sua fase beta, e torcemos para que a versão final chegue o mais polida possível, tendo assim chances de cativar mais fãs de Resident Evil.
(Texto desenvolvido a quatro mãos por Carol Blanco e Estevão Cavalcanti)