Tudo começou no Twitter, quando o designer de personagens Shannon Tindle (Coraline, Kubo e as Cordas Mágicas) fez um pedido inocente: Se por acaso o Homem-Aranha da série japonesa de 1978 aparecesse na recém anunciada continuação de Homem-Aranha no Aranhaverso, que ele pudesse realizar o design do personagem.
E, surpreendendo a todos, o diretor Phil Lord respondeu. De acordo com ele, o design do personagem já estava finalizado!
O Homem-Aranha japonês é uma produção curiosa tanto na história da Marvel quanto na da Toei Company. Nos anos 70, Stan Lee deixara a sua posição editorial na Marvel, se mudando para Hollywood com o intuito de vender as propriedades da Marvel para serem exploradas em cinema e televisão. Dessa iniciativa saíram diversos projetos, como a clássica série d’O Incrível Hulk estrelada por Bill Bixby e Lou Ferrigno em 77. 78 também foi um ano agitado nesse sentido, com um filme televisivo do Doutor Estranho, dois filmes televisivos do Capitão America, além de duas séries do Homem-Aranha. Uma delas foi uma série protagonizada por Nicholas Hammond que durou 13 episódios na CBS e chegou a ser transmitida no Brasil pela Rede Manchete.
A outra foi um tokusatsu japonês produzido pela Toei Company, que também veio a produzir uma adaptação em anime do quadrinho de terror A Tumba do Drácula. A história da série não tinha nada a ver com o personagem além da roupa do protagonista e nome Homem-Aranha. Na trama, o jovem motociclista Takuya Yamashiro é ferido num ataque alienígena que também mata seu pai. Ele é encontrado por Gaira, o último sobrevivente do planeta Spider, que fora destruído pelo maligno Professor Monstro, líder do Exército de Ferro. Gaira injeta em Takuya seu próprio sangue, dando a ele os poderes e uniforme do Homem-Aranha. Ele também ganha o comando da nave Marveller , que pode se transformar em um robô gigante, o Leopardon. A série então mostra a vida de Takuya lutando contra os monstros da semana do Exército de Ferro enquanto trabalha junto com a sua namorada fotógrafa Hitomi, tendo que manter sua identidade secreta.
A série durou 41 episódios e teve um filme lançado em cinemas. Apesar de mudar todo o conceito da franquia, ele ajudou a popularizar o personagem no Japão, e o próprio Stan Lee elogiou os efeitos especiais e coreografia de lutas da série. A série também foi a primeira vez que um robô gigante foi usado em um tokusatsu, ideia que a Toei reutilizaria em seus Super Sentais, e que depois foram adaptados para os Power Rangers. Sem o Supaidaman, não haveria o Megazord.
Devido à situação complicada envolvendo direitos conjuntos, a série nunca reprisou e teve muito poucos lançamentos em home-video. Mas isso não impediu o personagem (E seu fiel robô) de aparecerem nos quadrinhos, no evento Aranhaverso em 2014, que deu origem ao longa animado.
O filme, sem título anunciado ainda, estréia em abril de 2022.