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Análise | Stories Untold – Um pesadelo oitentista

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Análise | Stories Untold – Um pesadelo oitentista

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Jogos de aventura em modo texto, ou text adventures, foram um gênero popular entre o final da década de 70 até meados da década de 80. Eram jogos de aventura sem gráficos, baseados unicamente em textos, tanto para descrever os cenários quanto para que o jogador interagisse com aquele universo. Para quem conhece os tradicionais Role Playing Games – os famosos RPG, aqueles de livro mesmo – percebe a semelhança e muitos consideram esses jogos de aventura textual como uma das primeiras versões de RPG para computador.

A princípio, Stories Untold parece ser uma evolução deste gênero. Desenvolvido pela No Code e distribuído pela Devolver Digital, este jogo, originalmente lançado para PC e Mac em 2017 e agora lançado para Nintendo Switch, é uma aventura de terror psicológico com elementos de quebra-cabeça (puzzles) dividida em quatro capítulos.

 

Interface

A primeira impressão que temos é que estamos realmente lidando com uma aventura textual, que apenas apresenta elementos gráficos básicos para melhorar a experiência. O menu de opções reforça essa ideia, seguindo o padrão dos jogos antigos, onde o jogador vai montando “frases” de ações, como “usar” + “objeto” ou “andar” + “lugar”.

Mas como em toda boa história de terror, as aparências enganam. E aqui nós somos surpreendidos de uma forma tão bem construída que o jogo acaba se transformando em algo muito superior às expectativas iniciais. Já no primeiro episódio, embora a mecânica se mantenha a mesma, vemos uma transformação da ambientação que vai criando um ambiente de tensão e opressão, trazendo um senso de urgência e terminando de uma forma misteriosa e inconclusiva.

Os próximos capítulos alteram a ambientação e acrescentam novas mecânicas às já estabelecidas no primeiro episódio, cada uma funcionando em perfeita sincronia com o cenário e a proposta narrativa daquele arco. Além de novas opções de ações, temos também novas formas de interagir com o ambiente, algo que vai ficando cada vez mais interessante a cada novo capítulo.

 

Quebra-cabeças, narrativa e ambientação

Além dos elementos de aventura textual e terror, Stories Untold também conta com muitos quebra-cabeças ao longo de seus quatro capítulos. A princípio parecem histórias totalmente independentes e sem nenhuma conexão entre si, mas no capítulo final todos os elementos são muito bem amarrados, e podemos perceber como cada puzzle serviu bem à narrativa. Todas as ações e desafios servem a um propósito, não apenas de entretenimento, mas de ajudar a contar a história com um nível incrível de imersão. Isso inclusive justifica o sub-título do jogo: “Quatro histórias. Um pesadelo”.

Em minha opinião, a dificuldade é bem equilibrada: nem frustrante nem fácil demais, bastando observação, raciocínio e talvez um pouco de uso de caneta e papel. Os desafios vão desde a navegação nos “cenários” que nos são apresentados somente via texto, passam pela configuração e utilização de máquinas com base em seus manuais de operação até a decodificação de mensagens.

A atmosfera é toda ambientada nos anos 80: computadores somente texto que utilizam fita, equipamentos de microfilme, gravadores de áudio em K7… cada ambiente lembra muito aquela década, e nos remete a filmes e séries daquela época. É praticamente uma homenagem nos moldes de Stranger Things.

 

Conclusão

Stories Untold é um jogo bem escrito, com mecânicas criativas que vão evoluindo a cada capítulo e com um ótimo plot-twist na conclusão. Apesar de curto – é possível terminar todos os episódios em 4 horas ou menos, dependendo da habilidade em solucionar os puzzles – é uma experiência que foge do tradicional, mesmo comparando com jogos indie. A interface, aliada à ambientação de suspense oitentista, quebra-cabeças interessantes e narrativa curiosa fazem valer a pena a jornada.

Recomendado para: quem gosta de jogos com foco em narrativa e solução de puzzles, atmosfera de suspense e terror, mecânicas diferentes dos tradicionais platformers ou shooters.

Não recomendado para: quem não gosta de jogos curtos, não tem paciência para solução de puzzles, não gosta dos anos 80.

Este review foi elaborado com uma cópia de Nintendo Switch gentilmente cedida pela Devolver Digital.

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