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Disney encerra a produção de Blu-Rays em 4K UHD dos seus títulos clássicos

Disney encerra a produção de Blu-Rays em 4K UHD dos seus títulos clássicos

Cinema

Disney encerra a produção de Blu-Rays em 4K UHD dos seus títulos clássicos

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De acordo com o site DigitalBits, a Walt Disney não tem mais planos de distribuir seu catálogo de filmes antigos em Blu-Ray 4K Ultra-HD. O formato será dedicado unicamente para estreias recentes da Disney e Pixar, além de filmes da Marvel e Star Wars.

Isso torna a Disney+ mais valiosa, pois vai ser o único lugar onde alguém poderá ver Pinóquio ou A Bela Adormecida na melhor qualidade possível. Mas também é uma grande decepção para os colecionadores de mídia física, já que agora uma das mais importantes produtoras de cinema não se comprometerá a disponibilizar seu acervo de clássicos de forma que o consumidor possa possuí-lo, obrigando-os a ter acesso limitado mediante o pagamento de uma mensalidade. E se o maior estúdio está fazendo, não vai demorar muito até os outros seguirem.

O mercado atual de entretenimento não se importa em mercados de nicho, como o de mídia física, só é mantido o que mais lucra, o resto é jogado fora. E, levando em conta que o conteúdo principal da Disney +  é conteúdo “para toda a família”, é muito improvável que vá haver espaço lá para o acervo de filmes clássicos e importantes da história do cinema da recém adquirida FOX, mas que não se encaixam no “padrão Disney”. Junte isso ao fato que a Disney historicamente não permite exibições especiais dos seus filmes em festivais,  agora muito do conteúdo adquirido da Fox se encontra num limbo.

O streaming online de filmes e series televisivas explodiu na década de 2010, revolucionando os hábitos de consumo de TV do público ao permitir assistir suas séries televisivas sem se prender a programações de televisão. Mas a sua adoção rápida e subsequente explosão mundial trouxe várias consequências danosas. Se antes havia a conveniência da maior parte do conteúdo era centralizado em um único serviço, a Netflix, hoje todas as produtoras estão numa corrida para criar o seu próprio, fragmentando todo o conteúdo atrás de diversas mensalidades, mesmo que você só queira ver uma coisa.

E esse modelo ser considerado “o futuro do entretenimento” é algo muito preocupante para o consumidor, mas também para a preservação de filmes. Toda a conveniência de ter horas de programação na ponta dos dedos vem com o preço de ter quase nenhuma posse real do produto que está pagando. A sua mensalidade te permite acesso, mas o público não tem poder nenhum sobre o conteúdo que está pagando, que pode ser indisponibilizado sem aviso prévio. Isso sem contar o caso polêmico de filmes comprados na Apple Store, que foram deletados das contas de usuários que haviam comprado. A mídia digital é um lugar onde a posse não existe.

A grande vantagem da mídia física é que a obra PERTENCE a quem a compra. Você paga uma vez e pode assistir quantas vezes quiser, emprestar ou vender para quem quiser, sem estar atrelado a uma conta ou depender de uma conexão de internet. O declínio da mídia física significa que o público terá uma opção a menos no seu consúmo de mídia, e tudo que as produtoras mais querem ter controle total sobre como o público acessa seus produtos.

Revisão: Ailton Bueno

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