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Por que você DEVE jogar Persona 3?

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Por que você DEVE jogar Persona 3?

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O melhor Persona, pronto falei

Ok, eu tirei isso do peito, finalmente!! Em meio a um mundo mergulhado de fãs de Persona 5 , enfim posso expressar meu amor pelo melhor título da série: Persona 3. É até engraçado pensar em Personas antigos, pois os jogos já são realmente antigos, e boa parte da geração atual de jogadores nunca nem imaginou que existia algum outro jogo da série que não fosse o 5 (confira nossa análise do P5 Royal do mesmo jeito, mas faz isso depois que ler esse texto aqui).

Pra quem não sabe, Persona 3 receberá um remaster da sua versão Portable (lançado originalmente para o PSP em 2009) no dia 19/01/2023 (com sorte, daqui 2 dias em relação a postagem desse artigo). Curiosamente, sinto-me na necessidade de comentar a decisão de remasterização dessa versão em relação a FES, de PlayStation 2, que para muitos fãs é considerada a versão definitiva do Persona 3.

Neste breve texto, vou comentar e compartilhar um pouco do carinho que tenho em relação a esse jogo, e discutir algumas questões interessantes que vieram a surgir em relação as produções atuais da ATLUS.

Mas por que ele é tão bom assim?

Essa sem sombra de dúvidas é uma pergunta bem fácil de responder: para muitos fãs (inclusive eu), Persona 3 tem o melhor cast de personagens da série.

A primeira coisa que te faz lembrar de um jogo da série, pelo menos é assim para todos, é os personagens carismáticos e únicos que você só pode encontrar nessa singularidade de títulos.

Acredito que falo por todos os fãs de Persona, quando digo que carregamos muito carinho e apreço pelas interações e estórias desenvolvidas com nossos queridos personagens da série. Até mesmo eu não sendo um grande fã de Persona 5, ainda tenho que admitir que o cast é extremamente carismático e divertido.

Turning point para a identidade do spin-off

É sempre bom lembrar a tudo e todos, que Persona nada mais é do que um spin-off da série principal de Shin Megami Tensei.

É sempre bom tirar isso do peito com antecedência, e por mais que eu seja um entusiasta de jogos da Atlus, eu com  certeza não tenho a maior autoridade para falar da série principal de jogos da mesma. Acredito que boa parte dos brasileiros tem problema em relação a isso, pois muitos desses jogos foram muito inacessíveis na nossa região, e quando acessíveis, viriam em unidades extremamente raras, tornando-os jogos/peças de colecionador.

Ilustração da Katherine (do jogo Catherine), feita por Soejima Shigenori.

Persona 3 tem uma tremenda importância para a série: foi ele quem criou a sua própria identidade, e se tornou algo totalmente distinto de Shin Megami Tensei. Mas calma, quando digo distinto, não digo que é 100% diferente, P3 ainda carrega muitas características particulares desses jogos mais antigos da Atlus, mas a tonalidade tem um sabor diferente.

Muito disso se deve a mudança de direção artística, ou melhor, de identidade artística para o visual da série. Ao invés de termos as charmosas artes de Kazuma Kaneko na direção visual, temos uma mudança muito interessante para a o estilo de arte de Soejima Shigenori, que assume a responsabilidade de remodelar essa identidade para a série.

Como artista, reconheço que a mudança de direção foi extremamente importante para a popularização da série no ocidente. As transformações estéticas do mestre Soejima, conseguiu capturar e assimilar o público ocidental para a franquia, e fez com que se instalassem até hoje como fãs leais da série.

Acho que isso merece uma examinada mais a fundo

Design de Maya, uma das protagonistas de Persona 2, feita por Kazuma Kaneko.

Serei breve (vou tentar), pois meu amor por Persona 3 vai até mais fundo do que você imagina, mas concordemos que o jogo é um produto de seu tempo, certo?

O que eu quero dizer é: Persona 3 carrega maneirismos culturais de seus produtores, que estão inseridos num tempo-espaço de produção do título. Nossa, que complicado, né? Mas, resumidamente: Persona 3 fede e cheira aos anos 2000.

Sabe os anos 2000? Aquela época que geral era meio emo, enchia o cabelo de gel (começou nos anos 90 isso), era meio rebelde das ideia, e tinha um estilo bem ”maneiro”?

Pois é, então, P3 tem tudo isso e mais um pouco, só que com um toquezinho singelo de cultura Japonesa dos anos 2000 no meio também. Para entusiastas de plantão, e para aqueles interessados em estudar a cultura e os jeitos da outra parte do mundo, talvez P3  seja um título interessante para se aprofundar nessa outra realidade e geração.

Ei, até a soundtrack do jogo carrega essa identidade do tempo, tendo muitos hits influenciados pelo j-pop que evoluia no oriente, trazendo também o sincretismo musical com as estéticas de hip-hop e metal pesadão (ó o Linkin Park ai). Acho que pra alguém que cresceu nessa época (vulgo eu), P3 acaba virando um portal para uma dimensão de nostalgia, pois consigo me identificar muito com certas coisas que acontecem naquele jogo (menos as partes de sair dando tiro na cabeça pra evocar demônios).

Ok, mas por que a versão Portable?

Antes de mais nada, acho que é válido dizer que não existe de fato uma versão inferior ou superior, apenas versões com sabores e texturas diferentes. Persona 3 Portable nada mais é, originalmente, do que uma adaptação para o PSP, trazendo consigo certas exclusividades que as versões originais de PS2 não tinham, como a possibilidade de escolher entre o sexo do protagonista, o que transforma/modifica a experiência original por completo.

P3 Portable também tem algumas mudanças que acomodam melhor as limitações do portátil antigo da Sony, consequentemente, certas mudanças limitaram as opções de exploração, reorganizando para uma fórmula de romance visual (o que por si só, não é algo ruim).

Não sabemos o que foi mudado ou transformado para esse remaster, acredito que algumas coisinhas vão ser modificadas para a qualidade de vida do jogo, mas a pergunta ainda não foi respondida: por que remasterizar o Portable e não o FES? A resposta pode ser simples e complexa, a simples é por uma questão de portabilidade, pois querendo ou não, os jogos de PS2 foram feitos exclusivamente para a arquitetura do console, e sabemos muito bem o quão complicado era para se trabalhar naquele vídeo-game.

Outra razão simples, foi uma citada anteriormente: Persona 3 tem um fator rejogabilidade muito interessante, por conta da seleção de sexo do protagonista, que acomoda a possibilidade de jogatina para vários públicos distintos. Mas a razão mais complexa para essa escolha, se dá pelo fato da possibilidade (bem real) de estarem nos preparando para algo novo da IP de Persona 3.

Não sei o que pode ser, afinal, tivemos recentemente o remaster de Persona 4 Arena, no qual possui um crossover de história entre o cast de personagens do Persona 3 e Persona 4. Será que teremos um novo Arena com o pessoal do Persona 5 também? Ou talvez um remake do Persona 3? Na era dos remakes, nada é impossível, creio eu.

Nos vemos em breve, talvez?

Persona 3 my beloved.

Novamente, vale a pena re-informar que Persona 3 Portable estará nos sendo entregue em breve, no dia 19/01/2023 para os consoles PlayStation e Xbox, assim como no Switch e PC (disponível na Steam).

Não perca a chance de jogar o melhor título da série, e consequentemente, um dos melhores jogos da biblioteca clássica do PlayStation 2.

Conhecedor dos estudos históricos, amante da arte dos vídeo-games, streamer, ex pro-player de HearthStone, ilustrador e escritor.

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