Crítica | The Menu

Um dos filmes mais badalados das últimas semanas chegou hoje na STAR+, The Menu, que segue um jovem casal que visita um restaurante exclusivo em uma ilha remota onde o aclamado chef prepara um delicioso menu e algumas surpresas pra lá de chocantes. 

The Menu é uma sátira de terror sombria, envolvente e divertida, eu diria, que utiliza de seu texto pronto, frio e bastante ácido para brincar com a cara de intelectuais e pseudo-intelectuais debatendo temas como egocentrismo, classicismo e desigualdade através de um roteiro ágil e as vezes ridicularmente exagerado. O longa consegue expressar de forma as vezes clara a sua intenção, principalmente quando junta todos seus personagens dentro de uma sala e explora suas inseguranças, mentiras e desejos.

A direção de Mark Mylod, conhecido por seus filmes pastelões e comédias românticas, é inesperada, fora do habitual e que parece tentar nos alfinetar a todo momento, assim liberando várias sensações em nós telespectadores.

O longa conta com atuações impecáveis de Ana Taylor-Joy e Ralph Fiennes (incrível a facilidade para personagens irritantes), que se confirmam a cada batida de roteiro, além de um desfecho interessante e uma estrutura narrativa cínica e cheia de personalidade.

The Menu é inesperado. É esquisito. É incômodo. E ainda que seja confuso para alguns, suas ideias estão sempre abertas para interpretações plurais. É uma refeição que adoraria experimentar novamente, mas sem observar o seu modo de preparo.