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Entrevista | Beatriz Scavazzini dirige o inspirador documentário Gaming Queens

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Entrevista | Beatriz Scavazzini dirige o inspirador documentário Gaming Queens

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Gaming Queens é o inspirador documentário produzido pela Red Bull TV e dirigido pela talentosíssima Beatriz Scavazzini, foi lançado em maio desse ano e traz a rotina da lineup feminina de Counter Strike da Furia durante a preparação para o campeonato mundial de 2022. O filme é uma das obras selecionadas para a 43° edição do Paladino d’Oro Sport Film Festival. O festival ocorreu entre os dias 20 a 26 do mês de novembro e foi exibido ao lado das principais produções do ano.

Conversamos com a diretora Beatriz Scavazzini que contou um pouco mais sobre o documentário e o processo de gravação e produção bem como seus planos futuros na produção de conteúdo audiovisual. Confira:

Beatriz, uma satisfação poder falar com você sobre o documentário Gaming Queens, uma obra excepcional, extremamente bem produzida, acompanhando um time que continua em 2023 a consolidação que trouxe de 2022 com o acesso a Série A do Campeonato Brasileiro esse ano e outros sucessos. Como foi trabalhar com essa lineup e quais foram os objetivos principais da produção?

Beatriz – “Acho legal você trazer essas informações (sobre o time), pois uma das coisas que acreditamos e durante a pesquisa do projeto era nosso objetivo, de não apenas falarmos sobre as mulheres estarem presentes na frente ou atrás das câmeras, mas também mostrar o alto nível competitivo dessas mulheres e, de certa forma, também da equipe técnica. Nossa preocupação era mostrar que não somente era possível estar, mas estar em alto nível, estar em uma posição de muita dedicação, de muito empenho e de muita conquista. Quando a Red Bull nos convidou e fomos desenvolver, juntamente com a Martina Sonksen (roteirista), queríamos falar muito sobre o legado que essas jogadoras deixam e de que forma elas inspiram outras mulheres e meninas que estejam buscando sua carreira tanto no audiovisual quanto nos esportes eletrônicos.”

No documentário vimos uma abordagem da parte psicológica do time, do acompanhamento que elas tiveram e minha dúvida é sobre você e a equipe de produção, como foi o cuidado de vocês com essa parte psicológica? Foi difícil conciliar o coração da torcedora com a função de dirigir e produzir o documentário?

Beatriz – “Foram várias etapas que fizeram tudo ser possível para que eu pudesse olhar muito para a direção do documentário, desde o convite da Red Bull para a produção que fiz em conjunto com a Ligia Osorio, até a produção em si, e também pelo fato de o produto final ser fruto de uma pesquisa de 10 anos onde pude vivenciar muitos momentos decisivos e importantes para o cenário dos esportes eletrônicos, contar histórias muito importantes que me fazem gostar tanto desse universo. Foi muito gratificante e emocionante poder contar a história, pela primeira vez em um filme, sobre um time feminino como eu já tinha feito tantas outras vezes de times masculinos. Sou muito fã dessas jogadoras, a dupla Olga e Kaah juntas, a Gabi com toda experiência, a Iza, a Mari tão novinha, fomos construindo uma relação de torcida de fato, mas ao mesmo tempo como uma jornalista que está produzindo um documentário, sempre temos um ponto de vista e nesse caso foi um sempre muito positivo. Confesso que, assim como as meninas tiveram acompanhamento, precisei conversar algumas vezes com minha psicóloga justamente para entender até que ponto a gente se envolve, até que ponto precisamos escolher e estar olhando o todo, para ter uma sensibilidade nossa e da equipe da produção e durante todos os dias fomos calibrando nossa sensibilidade inclusive para estar ao lado delas nos momentos em que elas precisavam estar mais quietas e possibilitar que produzíssemos essa visão observacional do documentário.”

Você falou sobre legado e, não tem como não tocar no assunto da representatividade e o quão importante a obra é para pavimentar um caminho no cenário feminino e não apenas isso, mas também na representatividade no audiovisual. Como você enxerga esse legado que está sendo deixado e a mensagem que fica paras as futuras gerações?

Beatriz – “A primeira coisa é que eu compartilho cada vez mais de uma máxima dentro do esporte eletrônico que é como o esporte pode ser transformador. Pessoalmente, na minha carreira, cada vez mais eu posso afirmar que o esporte faz com que eu possa alcançar sonhos mesmo os aparentemente mais distantes, e fico feliz de poder ser contando histórias tão transformadoras e que acredito tanto. Tenho sentido cada vez mais vontade de procurar histórias tão incríveis como essa que estamos contando.
De uma certa forma pensamos no filme para que ele pudesse extrapolar o nicho do esporte eletrônico e do cenário de gaming nacional para levarmos essa mensagem para esferas mais amplas, para atingir pessoas que eventualmente não conheçam essas histórias e possam se inspirar com elas! Ficamos muito felizes de ver e contar para as pessoas e ver a surpresa nos olhos quando dizemos que nosso filme é sobre o universo dos games e um time feminino que alcançou a final de um campeonato mundial, isso mostra que o filme tem cumprido o papel dentro daquilo que a gente pretendia.”

Para finalizar, falando sobre o futuro da Beatriz como diretora, existem planos de produções novas no horizonte ou ainda é o momento de trabalhar o Gaming Queens antes de partir para a próxima produção? Podemos esperar ver mais produções em breve dirigidas por você?

Beatriz – Sabemos que existe um ciclo para o documentário desde a data da estreia, mas logo o ciclo deverá encerrar e espero que ele seja um filme que envelheça bem e que as pessoas continuem assistindo, que a história ainda faça sentido independente do momento em que o esporte eletrônico estiver.
Eu já tenho algumas coisas em vista, meu objetivo principal é continuar encontrando histórias inspiradoras. Tenho muita vontade de falar e pensar sobre o Amazonas, como é a comunidade de jogos por ali, entrar em questões sociais, além de questões de gênero também. Acredito que existam muitas histórias importantes e que ainda não são conhecidas, penso que esse será o caminho a seguir.

O documentário Gaming Queens está disponível gratuitamente no site da Red Bull TV, o aplicativo também pode pode ser baixado para iPhone e Android.

Jogador de shooter, survival horror, horror games e todos seus sub-gêneros. Músico e fã de Queen, Muse e Avenged Sevenfold. Idoso de alma e amante de café.

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