Pantera Negra, o primeiro filme com um herói negro como centro da história, já está entre nós e além disso, Pantera Negra não tem apenas um personagem negro, mas com exceção de dois personagens, todos os outros são negros, contando com um elenco incrível com: Chadwick Boseman, J. B. Jordan, Lupita, Danai Gurira e até uma surpresa: Daniel Kaluuya que não foi muito divulgado para o filme, mas surpreendeu em cena.
A narrativa é de certa forma simples. Apesar de ser extremamente fora dos “padrões Marvel“, neste filme, diferente dos outros, vemos discursos políticos fortíssimos, mas sem tomar o brilho do enredo. Temos também algo que até então no universo cinematográfico da Marvel era bem disfarçado ou ocultado: a morte de personagens, e neste onde os dois vilões do filme morrem, você de fato percebe que o longa tem um peso maior além dos demais. Além de que ele ainda apresenta um conceito de vilão que está sendo implantado no MCU desde ‘Homem-Aranha: De Volta ao Lar‘, em que o antagonista tem suas próprias aspirações e não está ali apenas para ser o vilão malvado. A narrativa em si não impressiona muito, tem suas resoluções básicas para os problemas e lida com eles sempre da forma mais provável. Nenhuma surpresa.
É justo admitir que as atuações são de fato impressionantes e podemos perceber que todos estão inteiramente dedicados ao projeto e o carisma é visível no rosto de cada um. É bastante interessante a forma como eles dialogam e agem, mostrando que de fato eles mergulharam naquele universo e fazem parte dele, demonstrando saber o valor que carregam, adaptando os personagens e quanto aquilo pode ser importante.
A trilha sonora apresenta elementos do Rap e Hip Hop, no qual raramente vemos em filmes, mas nunca vimos em filmes de herói, o que torna original e fascinante, pois além de ser um filme sobre cultura de um povo na África, que vive bem melhor do que a população mundial de negros, ainda assim a trilha traz para a realidade dos negros todo aquele universo, e a música acaba sendo o elo entre a realidade e o surreal.
Os efeitos especiais formam sem dúvida um casamento incrível tanto com a fotografia, quanto com o figurino, que apesar de Wakanda ser um pais de primeiro mundo, ainda traz bastante das raízes africanas e de toda aquela cultura e valores. Sem dúvida Wakanda tem um cenário encantador. É digno uma ressalva ao diretor Ryan Coogler, que até então nunca havia trabalhado com CGI em suas produções e deve-se dizer que ele se saiu muito bem, pois os efeitos, as naves e as batalhas lembram bastante o primeiro Vingadores. O filme contém uma paleta de cores maravilhosa, sabendo contrastar bem as cores em cena sem fazê-las pular da tela ou atrapalhar a experiência.
Há apenas um ponto fraco. Em alguns momentos as cenas pareciam extremamente escuras, o que lembrava bastante as séries da Marvel produzidas pela Netflix. As vezes pareceu incomodar, mas nada de tão grave que estrague a experiência.
VEREDITO
O filme em si é ótimo em apresentar seus personagens secundários quanto os principais e mais importantes. Com críticas sociais bem elaboradas sem se tornar um filme didaticamente político, ele consegue se encaixar no meio termo entre a política, a fantasia e a realidade. Ao mesmo tempo em que Pantera Negra parece ser extremamente realista, ele ainda é uma fantasia muito bem feita, e damos graças aos seus colaboradores.
CONFIRA O TRAILER E A SINOPSE
Não recomendado para menores de 14 anos
Após a morte do rei T’Chaka (John Kani), o príncipe T’Challa (Chadwick Boseman) retorna a Wakanda para a cerimônia de coroação. Nela são reunidas as cinco tribos que compõem o reino, sendo que uma delas, os Jabari, não apoia o atual governo. T’Challa logo recebe o apoio de Okoye (Danai Gurira), a chefe da guarda de Wakanda, da irmã Shuri (Letitia Wright), que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia (Lupita Nyong’o), a grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à procura de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás.