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Crítica | Thor: Amor e Trovão

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Crítica | Thor: Amor e Trovão

Mesmo com problemas, Thor: Amor e Trovão me fez sair feliz do cinema, com um grande sorriso no rosto após ver muita porradaria com os gigantescos braços de Natalie Portman e Chris Hemsworth ao som dos riffs de Slash.

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Após a Marvel começar a se aventurar com a saga do Multiverso, Thor: Amor e Trovão chega para ser um respiro de alívio em meio a produções gigantescas, diversos filmes eventos, séries enfadonhas e conteúdos de qualidade duvidosa. O novo longa de Taika Waititi acerta por não se levar a sério e ser o filme mais leve desde seu antecessor, Thor: Ragnarok.

Um filme redondo e sem promessas gigantescas

Enquanto Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e Doutor Estranho: No Multiverso da Loucura insistiram ser filmes evento de grandes proporções, prometendo aparições especiais massivas, personagens e arcos icônicos, etc. Amor e Trovão faz o básico. O longa simplesmente se contenta em ser apenas mais um filme de herói, sem firulas ou fan service exagerado. Se na terceira aventura do Teioso tivemos três Homens-Aranha, e a presença dos Iluminati em Doutor Estranho, a nova produção da Marvel traz apenas mais uma história do Deus do Trovão sem precisar de cerimônia.

Taika Waititi felizmente retornou para a direção do filme, trazendo seu humor galhofa, visuais estonteantes e muita música boa. Isso me leva a crer que junto a direção de Sam Raimi em Doutor Estranho, e Shang-Chi de Destin Daniel Cretton, temos a melhor filmagem dessa Fase 4. Waititi apenas parece repetir a fórmula de sucesso encontrada em Ragnarok, o que pode decepcionar alguns, mas para este que vos escreve, funciona perfeitamente.

O diretor usa muito do CGI para compor grande parte dos cenários, como já é esperado em um filme da Marvel, mas ao contrário de algumas críticas, os efeitos especiais da aventura nórdica espacial é bem contundente, mas há algumas boas ressalvas. Em certos momentos é possível perceber falhas bizarras na composição e inserção dos personagens, mostrando como a indústria da tela verde está sobrecarregada com tantos e tantos filmes sendo lançados com cada vez mais efeitos e num curto período.

Flickering Myth/reprodução

No mais, Waititi e Barry Baz Idoine, diretor de fotografia, trazem cenas belíssimas de cantos intocados pelas “lentes” do MCU. O futuro da Marvel está no espaço e não há dúvida nisso, mas Thor: Amor e Trovão só me deu mais e mais vontade para ver filmes como Guardiões da Galáxia Vol.3. Em especial, as cenas com Gorr, O Carniceiro dos Deuses, são muito bonitas e bem feitas, adicionando um tom único ao vilão e dando mais profundidade para a sua narrativa.

Um elenco perfeito

Chris Hemsworth retorna ao papel do personagem título e sinceramente não há o que dizer do protagonista. O ator encarna com perfeição, mais uma vez, essa nova versão carismática do Deus do Trovão. Tessa Thompson novamente consegue roubar a cena como Valquíria, apurando ainda mais a coadjuvante e me dando muito interesse em ver a personagem mais vezes em outras produções.

Natalie Portman está de volta ao papel da brilhante cientista Jane Foster, que agora fica conhecida como a Poderosa Thor. Todo o arco de desenvolvimento para que a personagem alcance esse status é brevemente contado durante o filme, e ao mesmo tempo que não é um demérito, sinto que faltou mais sutileza para tratar dessa história. Embora Portman continue muito bem como a Dra. Foster, e principalmente como a Thor, faltou mais profundidade para que eu realmente me importasse mais com os dilemas da personagem. É possível que parte desse problema não seja originado em Thor: Amor e Trovão, mas sim em Thor 1 e 2, que falham miseravelmente em praticamento todos os aspectos para serem filmes digeríveis – com exceção para o amável Loki de Tom Hiddleston.

Entertainment Weekly/reprodução

A Poderosa Thor fica em pé de igualdade com Valquíria, trazendo cenas de ação empolgantes e uma certa inocência de uma mulher normal tentando aprender e falhando ao ser uma super-heróina. Infelizmente o filme não tem tempo suficiente para desenvolver toda essa jornada, delegando apenas alguns poucos minutos de porradaria com trovões, martelos mágicos e frases de efeitos tão ruins que me fizeram rir.

Falando em risos, o próprio Taika Waititi novamente encarna Korg, melhor amigo do Thor e que é o alívio cômico da comédia – se é que isso existe. Korg retorna mais engraçado do que em Ragnarok e me arrancou belas risadas na sala do cinema. Isso sem contar com a participação especial de duas cabras sensacionais. O humor escrachado do filme pode incomodar devido a algumas piadas fora do tom ou momento adequado, mas também não vejo isso como um grande erro do filme.

Por fim, a cereja do bolo fica com um bom e ao mesmo tempo mal aproveitado vilão. Christian Bale, um dos maiores atores das últimas décadas vive Gorr, O Carniceiro dos Deuses. Vindo de HQs com grandes dilemas morais e muito ceticismo e ódio a respeito dos deuses, Gorr tem motivos muito palatáveis para querer a morte de todas as divindades, incluindo Thor. Bale dá a natureza mórbida de forma acertada ao vilão, que sofre com pouco tempo de tela e um final ligeiramente decepcionante.

Marvel/divulgação

Um roteiro contraditório

Thor: Amor e Trovão tem bons personagens, tem uma boa direção, mas infelizmente peca com um roteiro questionável, mas não ruim. Homem-Aranha: Sem Volta para Casa traz boas ideias com fan service exagerado e uma escrita horrenda, enquanto Multiverso da Loucura é um emaranhado de arcos e aparições sem sentido. Amor e Trovão é questionável porque quebra o elemento primordial de impedir Gorr, ao passo que o próprio Thor comete atos insanos sem consequências. Falta profundidade para essa escrita.

Seria errado da minha parte dizer que o roteiro de Jennifer Kaytin Robinson e a história pensada por Waititi são ruins. Amor e Trovão é mais um pedaço na longa história de reconhecimento de Thor como super-herói, e embora realmente não seja um primor grego, o filme sabe exatamente o que quer ser, mas não sabe exatamente como fazer isso. O grande mérito do longa, e que consegue encapar parte desses erros da narrativa, é o fato dele não se levar a série do primeiro ao último minuto.

WELCOME TO THE JUNGLE

Claro que eu não poderia deixar de comentar da trilha sonora feita inteiramente de Guns N’ Roses, a banda mais amada e enjoativa da história do rock. Logo que o primeiro trailer foi lançado, minha grande preocupação era deixar o filme abarrotado com a voz de Axl Rose. Felizmente todas as inserções de clássicos como Welcome to the Jungle, Paradise City, Sweet Child O’ Mine e especialmente November Rain foram genialmente bem feitas.

Veredito

Thor: Amor e Trovão não é tão bom quanto o incrível Thor: Ragnarok, mas está longe de ser o fiasco que dizem por aí. Por não se levar a sério e trazer um baita vilão com grandes dilemas, a nova empreitada de Taika Waititi me fez sair feliz do cinema, com um grande sorriso no rosto após ver muita porradaria com os gigantescos braços de Natalie Portman e Chris Hemsworth ao som dos riffs de Slash.

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Fundador da Torre de Controle. Sou apenas um jogador tentando sobreviver em um jogo sem pause, vida extra ou checkpoint.

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