Conecte-se com a Torre

Crítica | Barbie – A vida em plástico é fantástica?

Cinema

Crítica | Barbie – A vida em plástico é fantástica?

image_pdfimage_print

Tem alguma coisa em Barbie de Greta Gerwig que eu não consigo explicar direito, mas que enquanto assistia ao filme eu apenas achava genial! Ele é um longa completo e que se entende dentro de sua própria proposta e estética. E juntamente do roteiro afiado escrito por Gerwig e Noah Baumbach (Histórias de Um Casamento), Barbie vai muito além de contar uma história sobre “a boneca mais conhecida do mundo” para o publico. Ele conta uma jornada de auto conhecimento, amadurecimento e recheado do críticas.

Mundialmente conhecida, Barbie, era uma escolha mais que certa! O sucesso do filme estava logo ali, não importa o que fosse feito, mas o que impressiona aqui é a liberdade e criatividade que a diretora acha para brincar com a marca Barbie. Pois ao contrário do que poderia se esperar de um filme baseado na icônica boneca, Greta Gerwig mais uma vez mostra toda a sua habilidade como diretora ao trazer elementos visuais e narrativos de forma magistral.

A estética do filme é espetacular, apresentando um mundo (literalmente) feito de plástico, mas cheio de significado e simbolismo. Cada detalhe, desde os cenários até os figurinos, é meticulosamente trabalhado para transmitir a sensação de um mundo de plástico onde a história se desenrola tem várias camadas de significado, não apenas servindo como um pano de fundo visualmente excêntrico, mas também como um reflexo da superficialidade da sociedade moderna.

Greta ainda faz uma abordagem que permite as críticas da trama cheguem também a Mattel, que me impressiona ter dado tal liberdade. Durante a narrativa vemos uma sutil sátira ao mundo da indústria dos brinquedos e aos padrões estereotipados de beleza impostos pela sociedade criados pela própria marca. Sem contar que o filme explorar a dura realidade corporativa que é composta exclusivamente por homens, principalmente na própria fabrica de bonecas

A comédia ácida é uma deliciosa adição à trama. Os diálogos são inteligentes e as situações irônicas nos fazem rir, mas também refletir sobre as inúmeras contradições do mundo em que vivemos. Barbie nos faz confrontar a artificialidade.

Margot Robie (O Esquadrão Suicida) e Ryan Goslin (La la land) são definitivamente o ponto alto desse filme, fica claro o quanto os dois se preparam e estavam a vontade em seus papeis. O que chega a ser bastante engraçado, pois sempre foi fácil vincular a imagem de Robbie a boneca, mas agora vai ser difícil não ver as duas como a mesma pessoa.

Mesmo altamente estereotipada, Robbie, vai quebrando as camadas e mostrando humanidade na pele da Barbie. Em certo ponto quando a boneca começa a ter pensamentos “estranhos” e aparecem celulites em sua pele, que é quando ela se vê obrigada a vir para o mundo real onde começa a ter uma nova perspectiva das coisas. A atriz desconstrói a imagem de mulher perfeita – mesmo que ela não seja a pessoa certa para isso – e se conecta com o publico mesclando entre o humor e o drama.

Já Goslin rouba a cena e se acaba se tornando o ponto do alto do filme, é impossível não rir ou se encantar pelo  seu Ken. O carisma do ator é enorme, desde os primeiros momentos, Ryan se deixa levar pela brincadeira e incorpora o personagem sem medo, da para perceber o quanto ele estava se divertindo fazendo o namorado da Barbie, ainda mais que o filme abre margem para ele soltar a voz e mostrar todo seu gingado.

Mas além dos principais é necessário elogiar todos os outros atores presentes no filme, faz tempo que não temos um elenco tão bem escalado. Eu diria que Simu Liu (Shang-Chi) e Ncuti Gatwa (Sex Education) são o destaque do lado dos Kens, enquanto Kate McKinnon (Caça-Fantasmas) e Hari Nef (Transparent) são as melhores Barbies!

A escolha de trazer à tona uma boneca tão icônica para explorar questões profundas é corajosa e brilhante. Mas a todo momento fica bem claro que mesmo vindo de uma personagem associada ao lado infantil, Barbie é um filme para uma galera mais madura.

O tom e ritmo do filme podem soar entediantes para os mais jovens, algumas piadas ou falas podem passar direto por eles o que, consequentemente, pode levar a não se conectarem diretamente a trama e deixarem de prestar a atenção ou se envolverem com o filme. Greta Gerwig consegue levar bem o filme durante suas 2 horas de duração com uma comédia bem boba, recheada de piadas e situações idiotas colocadas nos momentos certos.

Mas o drama é o seu ponto alto, o filme te leva a altas emoções não apenas com a força das palavras, mas muitas vezes com as imagens. Em certo momento, Barbie senta ao lado de uma senhoria e fala como ela é bonita, mesmo com a pele enrugada e cabelos brancos, em outro temos apenas imagens e uma trilha sonora de fundo, prontos para mexer com o coração do público.

É inegável que Barbie de Greta Gerwig se destaca como um filme completo, trazendo uma história envolvente, personagens bem desenvolvidos e uma mensagem que ressoa com o público. A escolha de trazer à tona uma boneca tão icônica para explorar questões profundas é corajosa e brilhante.

No entanto, como todo filme, há quem possa não se conectar com a proposta ou o estilo apresentado. A arte é subjetiva, e o que pode ser genial para alguns pode não ter o mesmo impacto para outros. Mas é inegável que o trabalho de Gerwig merece reconhecimento e aplausos por sua originalidade e ousadia. Se tornando para mim o maior filme do ano.

Nota: 5/5

Aficionado por animações e estudante de jornalismo pronto para o resgate!

Comentários

Mais em Cinema

Topo
demo olympus starlight princess demo slot bonanza fortune dragon slot demo sugar rush gatotkaca slot demo slot 5 lion wild west gold demo gates of olympus starlight princess sweet bonanza fortune dragon sugar rush gates of gatot kaca aztec gems 5 lions megaways sweet bonanza xmas fruit party wild west gold power of thor megaways the dog house megaways