Em 25 de maio de 1983, chegava aos cinemas americanos a conclusão da trilogia clássica de Star Wars. O que parecia ser o fim, se tornou apenas a terceira pedra fundamental de diversas obras que viriam nos anos seguintes. Livros, quadrinhos, séries em live-action e animações, Star Wars se expandiu de maneira inimaginável e hoje é muito mais do que apenas uma série de filmes. Entre erros e acertos, esse universo ainda é o lar de diversas pessoas que buscam força na luta contra o Império.
A equipe da Torre de Controle aproveitou o ano em que se completam 40 anos da trilogia clássica e a semana da estreia da série Ahsoka no Disney+ para falar sobre suas obras favoritas nessa galáxia tão, tão distante.
A Ameaça Fantasma
Como falar de Star Wars e não citar a obra que dividiu o fandom em uma época em que o debate nerd na grande mídia estava começando a florescer. Um filme que gerou um filme sobre o hype do seu lançamento, o divertido “Fanboys“. Sem eufemismo, pode-se dizer que A Ameaça Fantasma é tão importante para Star Wars quanto A Nova Esperança, mas em diferentes contextos, é claro.
Lançado em 1999 (ano do meu nascimento), A Ameaça Fantasma é um marco da sua geração. No início da internet como conhecemos, o longa tem um trailer que até hoje é lembrado e considerado um ícone da cultura pop. Relatos da época dizem que baixavam o trailer para assistir e mostrar aos amigos, em um tempo no qual a internet não era…digamos, tão acessível assim.
Antes mesmo do seu lançamento, a prequel de Star Wars já era um mito, cultuado e aclamado pelos fãs e amantes de cinema. Um blockbuster que já nasceu quebrando recordes de bilheteria. Toda a mística da origem de Darth Vader seria finalmente contada, a história por trás dos acontecimentos da trilogia clássica, lutas de sabre, John Williams apoteótico para falar o mínimo.
Até que o dia do seu lançamento chegou. Salas lotadas, cosplayers por todos os lados, pessoas emocionadas, quase vinte anos de espera pelo filme que George Lucas disse que não conseguiria fazer até que a tecnologia de efeitos visuais avançasse o suficiente. Escrito e dirigido pelo próprio. Bem, esse filme não tinha como dar errado, não é?
Uma coisa não pode deixar de ser dita, A Ameaça Fantasma foi e é muito mais do que um filme, foi um evento e é um aprendizado sobre a indústria do hype até hoje. Filmes como The Flash e Duna beberam muito da mística criada pelo marketing do longa de Lucas. O então presidente da LucasFilm mostrou que mais do que um criador de universos e galáxias, também é um marketeiro de primeira como nenhum outro na indústria cinematográfica, tanto que o mesmo abriu mão da presidência para viver do marketing da sua própria criação.
Sobre a história, bem, você acha que depois de tudo isso, realmente importa? Pode-se dizer que A Ameaça Fantasma é tão coeso no seu roteiro quanto Vingadores: Ultimato (e eu diria que possui até menos furos), e ambas as histórias são reflexos do passado e da construção de sua fanbase. A Ameaça Fantasma construiu algo que talvez nunca mais veremos no cinema novamente, e não se pode dizer que ela não entregou o que prometeu. Lutas de sabre, uma trilha sonora marcante, a origem de Anakin Skywalker, a antiga Ordem Jedi e seu envolvimento com a República, a juventude de Obi-Wan Kenobi e os ensinamentos do seu mestre, um vilão inesquecível, efeitos especiais a frente do seu tempo e muito bem feitos. O longa é tudo que um filme do fim do anos 90 poderia entregar. É o fim do primeiro século do cinema e início de um novo. É o divisor de águas da cultura pop, e qualquer coisa que você imagine além do que este filme possa ter te trazido, infelizmente, foi apenas expectativa do seu próprio expectador.
Talvez George Lucas tenha errado em forçar o hype? Nunca saberemos. Só há duas coisas que não podem ser refutadas: George Lucas mudou a indústria do cinema e Jar Jar Binks foi o seu maior erro.
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