Séries
Percy Jackson e os Olimpianos – Primeiras Impressões
Com o sucesso absurdo do Mundo Bruxo de Harry Potter, vários estúdios tentaram incessantemente trazer sagas literárias para a vida real, seja por meio de séries ou filmes. Mas poucas delas foram tão bem a ponto de receberem boas avalições da crítica e do público, ou apenas o amor do público mesmo. Lá em 2010, foi lançado o filme Percy Jackson e o Ladrão de Raios, estrelado por Logan Lerman (As Vantagens de Ser Invisível) , Alexandra Daddario (White Lotus) e Brandon T. Jackson (BoJack Horseman), que não recebeu nem um ou outro!
Agora dando a volta por cima e com o autor Rick Riordan como criador ao lado de Jonathan E. Steinberg (Black Sails), Percy Jackson e os Olimpianos chega ao Disney+ em formato de série, tendo um ótimo inicio, uma boa direção e um elenco carismático que caiu como uma luva no papel dos personagens!
Os Semideuses
Eu não poderia começar a falar dessa série sem ser sobre o seu ponto alto que são os seus atores! Escolhidos a dedo e em uma longa seleção, Walker Scobell (Percy Jackson), Aryan Simhadri (Grover) e Leah Jeffries (Annabeth Chase) dão vida aos personagens com maestria. Das expressões do corpo ao olhar, eles refletem os personagens. Walker é sem duvida algum filho de Poseidon perdido por ai, o garoto consegue muito bem dosar a arrogância e ingenuidade de Perseu para cada momento.
Já Leah mesmo com pouco tempo de tela mostra o porque de ter sido a escolhida para interpretar a filha de Atena, a atriz põe toda força da personagem apenas ao aparecer e Aryan é a personificação de Groover, engraçado e doce o garoto mostra que sabe ser cômico em momentos certeiros. E o mais importante de tudo, o trio tem uma química muito boa entre si!
Além deles ainda temos Jason Mantzoukas (Brooklyn 99) como Dionísio e Glynn Turman (Fargo) como Quiron, ambos muito bem em seus papeis, principalmente quando se fala de Jason Mantzoukas, já muito acostumado a fazer papeis na comédia, o ator faz de Sr.D uma das melhores coisas do segundo episódio sem dívidas alguma.
Eu não queria ser um meio sangue
Os dois primeiros episódios conseguem ao mesmo tempo introduzir e adaptar o primeiro livro de Riordan de forma consistente. Com algumas poucas mudanças e inclusões, o dever de chamar a atenção daqueles que não conheciam o universo dos Semideuses criados pelo autor é feito com maestria, durante o primeiro episódio ficamos intrigados e curiosos para saber o que ronda Percy Jackson e o que faz dele tão diferente das outras crianças da escola.
E mesmo para aqueles que leram o livro – assim como eu – podem ter algumas pequenas surpresas ao longo dos episódios que vão surpreender e, diga-se de passagem, animar. A direção acerta no ritmo dos episódios ao, com mais ou menos 40min, nada fica maçante, é gostoso de se assistir a ação é colocada na medida certa assim como as piadas entrem no tempo certo.
Por mais que realmente vejamos o acampamento apenas no segundo episódio, o piloto nos coloca dentro da pele de Percy. Conhecemos suas inseguranças e vemos como a mente do personagem funciona. Somos introduzidos dentro de um mundo visto apenas pelo garoto, mas somos levados a crer que aquilo pode não ser real.
De fato a única coisa que incomoda são cortes repentinos durantes as cenas que levam direto a uma tela preta. Curiosamente, alguns desses cortes batem com os finais de capítulos do livro “O Ladrão de Raios”, não acredito que tenha sido uma boa escolha, pois corta o clima de se assistir.
Direto das páginas
O que também impressiona na série é sua direção de arte, principalmente a partir do momento em que somos jogados no acampamento meio sangue, chega a ser difícil não conseguir se imaginar vivendo ali no meio! O que faz de Jogos Vorazes ou Harry Potter um grande marco é sua localização, seus mundos foram tão bem construídos que da sim vontade de querer vivenciar aquilo ao menos uma vez na vida. E finalmente Percy Jackson teve seu momento de glória.
Toda ambientação do acampamento está como se fosse tirada direto das páginas de Rick Riordan, os chalés de cada Deus, o bosque em volta e até mesmo a colina que da para a entrada do local estão bem fieis. E não apenas isso, como também os uniformes e objetos usados por cada personagem, da espada de Percy que sai de uma caneta bic á lança elétrica de Clarisse foram bem introduzidos.
Os efeitos especiais também não deixam a desejar, não vou mentir que estava com certo receio dos efeitos de Percy Jackson, ainda mais levando em consideração que a série vai precisar usar bastante e que a Disney vem pecando nos últimos tempos com o CGI. Mas ele surpreende bem, a transformação da Sra. Dodds em arpia está excelente, assim como a luta de Percy com o Minotauro. Por mais que essa última aconteça a noite e com chuva, conseguimos ver bem que todo o corpo do ser místico foi muito bem trabalhado.
No fim das contas esse foi o renascimento que essa série precisava e um presente para todos os fãs esperavam em muito tempo. Os episódios não estão cansativos e nem corridos, as coisas acontecem no momento certo ao mesmo tempo que conseguimos conhecer cada um dos personagens da série, que ao longo da jornada do filho de Poseidon vão ser bem importantes.
Resta ver o que teremos pela frente, mas acreditando que o ritmo vai ser seguido e com a supervisão do criador. Percy Jackson e os Olimpianos tem tudo para ser o próximo grande fenômeno e finalmente ter o reconhecimento merecido, uma série boa para assistir em família ou para relembrar a infância de histórias já conhecidas do publico, porém reimaginadas num mundo místico e profundo.
Como fã fico feliz de ver que a Disney trabalhou bem no projeto e ponho fé que os próximos quatro anos vão ser crucias para o esquema de pirâmide do Rick Riordan ganhe mais 10 anos na televisão! Os próximos episódios vão ser lançados toda terça feira ás 23h no Disney Plus.