Conecte-se com a Torre

Crítica | Pinóquio (2022) – Flerta com a fantasia sem saber pra que lado seguir.

Cinema

Crítica | Pinóquio (2022) – Flerta com a fantasia sem saber pra que lado seguir.

image_pdfimage_print

 Os dois live actions da Disney baseados em suas obras animadas e lançados diretamente para o Disney Plus tem algo em comum. Apostar na fofura de seus personagens e fazer um filme extremamente seguro onde erros são difíceis de acontecer. Pinóquio é um bom filme que segue quase que linear a história do original criado por Walt Disney, mas apesar de ser uma ótima sessão da tarde, é um filme que fica num meio termo sem saber se encara ou não seu lado fantasioso.

 Na nova versão dirigida por Robert Zemeckis, Gepeto (Tom Hanks) esculpi um boneco de madeira como lembrança de seu falecido filho e acaba sentindo um amor genuíno por ele, mas tudo muda quando a Fada Azul (Cynthia Erivo) concede o seu desejo de trazer o boneco de madeira a vida. Após ganhar vida Pinóquio (Benjamin Evan Ainsworth) e sua “consciência”, o Grilo Falante (Joseph Gordon-Levitt) partem em uma aventura com alguns desafios a ponto de o tornarem em um menino de verdade.

 Zemeckis tem certo conhecimento em fazer filmes de aventura que elevam a imaginação e isso fica evidente com Pinóquio e suas 1 hora e 30 minutos de duração, porém parece que as vezes o próprio diretor se perde dentro do que pretende entregar. Mas é claro que não podemos culpar totalmente ele, uma vez que a Disney apesar de gostar de reimaginar os seus clássicos parece nunca saber o que fazer com essas estórias.

 Pinóquio segue uma linha segura onde sofre pequenas alterações a ponto de nos fazer entrar um pouco mais dentro daquele universo. A adição da menina Fabiana e sua boneca Sabina junto da Gaivota Sofia são interessantes e trazem um refresco para momentos de tensão do inocente boneco de madeira. Mas a verdade é que elas não acrescentam em nada no filme e são apenas personagens desperdiçados.

 Ao jogar muito no seguro a Disney pode até agradar aqueles que reclamam de mudanças em relação a obra original, mas segura um diretor com potencial de fazer desse um acerto do estúdio que agora tenta apostar em longas de seus desenhos tanto no cinema quanto no Disney Plus. Zemeckis ate consegue uma boa execução com o filme e faz com que ele flerte com a fantasia ao tentar fazer um longa sedutor e sombrio, mas percebesse que alguma coisa não deixa ele ir muito a frente com essa ideia.

 Quanto ao elenco tenho apenas elogios, do Gepeto de Tom Hanks ao João Honesto de Keegan-Michael Key as atuações tanto físicas quanto de voz impressionam. Hanks entrega um honesto e genuíno carpinteiro mesmo tendo que interagir com personagens totalmente feitos em CGI boa parte do tempo e Benjamin Ainsworth transmite a inocência e ingenuidade do Pinóquio, fazendo um ótimo trabalho na música “não há cordões em mim”.

 Não podemos deixar de lado a pequena, porém marcante, presença de Cynthia Erivo como a Fada Azul que foi de longe a melhor escolha para esse papel, sua voz doce e a imensa presença da atriz deixam uma marca. Já os vilões do filme são todos muito bem colocados, com destaque para Luke Evans no papel do Cocheiro que está deslumbrante e assustador, apesar de o próprio filme nem sempre abrir espaço para que eles possam ser exatamente uma ameaça.

 Agora sejamos sinceros parece que algo está acontecendo com o trabalho visual dos filmes da Disney e Pinóquio infelizmente não escapa das derrapadas visuais. O CGI do filme é muito bem trabalhado em certas horas, como inclusive o próprio Grilo Falante que com tem um visual muito bem feito, mas quando falamos do Pinóquio é de se estranhar como as vezes ele destoa e se destaca – não pelo lado bom.

 Talvez o grande problema seja que o filme fica sem saber para onde ir em uma via de dois lados, o boneco de madeira talvez seja muito fantasio para um filme que quer manter o pé no realismo de vez enquanto ou pouco fantasioso para a Ilha dos Prazeres totalmente feita em CGI. Chega a ser engraçado perceber que não tiveram a coragem de fazer efeitos práticos nem para uma criança bebendo algum liquido ou quebrando coisas. Outra coisa gritante fica por conta do final do filme e a escolha de transformar a Montra não em uma baleia, mas em um monstro marinho em um visual que nada a favoreceu e só serviu ainda mais para destacar os problemas que o filme tem.

 Veredito

 No final de tudo, Pinóquio é mais um dos filmes que logo serão esquecidos e entrar para a lista do “era mesmo necessário?”. Pois mesmo com um bom elenco e com algumas adições aqui e ali, o filme falha em apresentar algo novo e que emociona, se tornando apenas mais um longa para encher o catálogo da Disney. Não chega a ser uma bomba, mas definitivamente é para se guardar naquele banco da memória que logo vai ser jogado fora.

[rwp_box id=”0″]

Aficionado por animações e estudante de jornalismo pronto para o resgate!

Comentários

Mais em Cinema

Topo
demo olympus starlight princess demo slot bonanza fortune dragon slot demo sugar rush gatotkaca slot demo slot 5 lion wild west gold demo gates of olympus starlight princess sweet bonanza fortune dragon sugar rush gates of gatot kaca aztec gems 5 lions megaways sweet bonanza xmas fruit party wild west gold power of thor megaways the dog house megaways