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Crítica | Jogador Número 1 – Steven Spielberg também é um nerd

Cinema

Crítica | Jogador Número 1 – Steven Spielberg também é um nerd

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Jogador Número 1 (Waner Bros. Pictures, 2018) se passa em um futuro distópico onde a regra é fugir da realidade (nada diferente do que temos hoje) através da OASIS, um ambiente virtual criado por James Halliday e Ogden Morrow, onde você pode fazer e ser o que quiser. Após sua morte, Halliday deixou uma série de desafios onde o vencedor, aquele que conseguir as três chaves (Bronze, Prata e Cristal) irá assumir o controle da OASIS, e por que não, de quase toda a sociedade.

Logo no início somos apresentados à Innovative Online Industries (IOI), uma megacorporação que pretende vencer os desafios e assumir o controle da OASIS a qualquer custo. Wade Watts/Parzival (Tye Sheridan) é um órfão que vive com sua tia em um trailer em Columbus (Ohio), a cidade que mais cresce no mundo e é o primeiro a conseguir vencer o desafio inicial, se tornando uma celebridade e atraindo os olhos da IOI. O filme se desenvolve como uma corrida entre Wade/Parzival, Samantha/Art3mis (Olivia Cooke), Helen/Aech (Lena Waithe), Zhou/Sho (Philip Zhao) e Toshiro/Daito (Win Morisaki) contra esta mega corporação, capitaneada por Nolan Sorrento (inclua no meio um caçador de recompensas que serve como alívio cômico), seja na OASIS ou no mundo real.

O filme se chama Jogador Número 1, mas podia muito bem ser “Easter Egg: The Movie”. São tantas referências à cultura pop que é bem difícil perceber a maioria delas. Temos deste animes clássicos (Robô Gigante, Gundam, Akira, etc.), à filmes (O Iluminado, Jurassic Park, De Volta para o Futuro, etc.), jogos (Overwatch, Doom, Mass Effect) e à cultura pop em geral. Algumas dessas referências são tão especiais, que podem deixar qualquer marmanjo com os olhos suados.

As cenas dentro da OASIS são bem feitas e bastante grandiosas, seja na corrida logo no início, como na batalha e desafios finais. O filme tem um ritmo bastante acelerado, deixando o espectador sem chance de respirar, com poucos momentos mais calmos, que, geralmente, ocorrem no mundo real.

As atuações ficam bem na média, com destaque para Ben Mendelsohn que faz o odioso  Sorrento e Mark Rylance que faz James Halliday, e acaba por não comprometer em nada a diversão que o filme proporciona. Já a trilha sonora (Alan Silvestri) é no mínimo espetacular, com um viés nostálgico logo no início da trama.

O desenvolvimento dos personagens e suas motivações são bem rasas. Art3mis (par romântico) e Aech (amigo engraçado) são coadjuvantes que apenas seguem o herói, enquanto que Sho e Daito são nada mais que figurantes. Mas o filme cumpre bem o seu papel como um bom blockbuster, com muito tiro, porrada e bomba, mas que apresenta um final simples e genial, como nos clássicos dos anos oitenta.

Jogador Número 1 é uma ode à cultura pop e aos anos oitenta. Não poderia ter um diretor e produtor mais adequado para isso do que Steven Spielberg, que junto com Ernest Cline (o autor do livro original) e Zak Penn (roteirista) fizeram um trabalho magistral de adaptação do livro às telas, inclusive mudando radicalmente algumas situações para que funcionasse melhor nesta mídia. Se você gosta de cultura pop ou curtia umas boas seções da tarde, dê uma chance.

Agora dá licença que vou jogar Adventure no Atari 2600.

A primeira vez foi com Golden Axe, tão pequeno que precisava usar um banco para alcançar os controles do fliperama. Passou por todas as gerações de consoles e joga no PC desde 199. Fã de RPGs, jogos de corrida, indies e qualquer jogo com uma boa história.

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