O ano é 2006. Finalmente peguei meu PlayStation 2. Tenho uma porrada de jogos pirata a minha escolha. Coloco o Final Fantasy 10. Não gostei. Achei chato, parado. Tiro e nunca mais encosto nele. Coloco o PES. Não tava na vibe de jogar sozinho. Coloco um Street Fighter. Faço meia dúzia de lutas e logo tiro. Não estava com saco. Nesse meio tempo meu vizinho me chama. Ele fica sabendo do novo console e entra em casa. Com ele um jogo que iria mudar a minha vida: Guitar Hero 3.
Guitar Hero e sua coletânea de obras-primas
Eu sempre fui péssimo com instrumentos musicais. Então chegava ali meu momento. Com toda a certeza eu viraria o grande rei da guitarra. Havia ali muitas canções que eu amava, como Paranoid, do Black Sabbath, Rock and Roll All Nite, do Kiss, Rock You Like a Hurricane, do Scorpions, dentre outras, mas a que me marcou mesmo foi uma que era bônus: Through The Fire and Flames, do DragonForce.
O que mais me tocou nela foi que ali tive meu primeiro contato com um gênero musical que define a minha vida hoje em dia: o power metal. Mas nem tudo era fácil.
Sempre fui péssimo nesse tipo de game, então sofria sempre, mas era persistente. Eu tentava e tentava. Não desistia nunca. Meu irmão por outro lado era demais. O cidadão pegava o controle e jogava no mais difícil como se tivesse jogando Super Mario com a estrela ativada e passando por cima dos adversários. Era belo de ver.
A cada jogo novo que saia era uma correria para pegar e aprender as canções. Muitas das músicas que ouvia naquela época ainda fazem parte do meu dia-a-dia. Ouço também enquanto estou redigindo esse texto.
Guitar Hero foi um marco na indústria dos games. Mas infelizmente já passou. As guitarras eram caras e comprar músicas separadas nem sempre era bom negócio.
E assim como as manhãs geladas do inverno, a onda passou. Hoje em dia fica a lembrança. A vontade de ser um herói da guitarra. Tal qual Van Halen foi na vida real. Infelizmente ele partiu. Mas sua música será eterna. Não a toa ele recebeu um game focado em sua banda. Ainda não pude jogar. Mas quem sabe um dia.
Heróis são eternos. Seja um, cinco ou cem anos, vamos sempre nos lembrar deles com carinho. Tanto quanto eu lembro aqui do game que me permitiu nas tardes de domingo me tornar um Guitar Hero. Então só me resta agradecer. E como disse o maravilhoso Freddie Mercury um dia, show must go on. Ou igual àquela canção do Fundo de Quintal, o show tem que continuar.
Um treinador de Pokémon aposentado que quer se tornar profissional de futebol de botão. Ama joguinhos mais que tudo e prefere debater ideias e teorias sobre eles do que necessariamente jogar. Power metal é água, ou seja, a fonte de vida.