Lançado inicialmente no dia 21 de Março de 2001, nas vastas prateleiras do Japão, a Nintendo apresentava o sucessor do Game Boy Color: o Game Boy Advance. O legado do GBA se dá de diversas maneiras, e principalmente na inteligente forma que originou o design do seu sucessor espiritual, o Nintendo DS.
Uma aposta simples, com um sistema de operações em 2D, em sprites, seria o principal charme desse sistema ainda ”preso nos anos 90”. Alguns poucos jogos ultrapassaram essa linha do design original e tentaram puxar os limites com 3D simples, se destacando bastante em vendas na longa linha de vida do console, que duraria cerca de 7 anos.
Mas o que de fato foram os destaques e conquistas do GBA? Nesse artigo pretendo apresentar algumas features que o pequenino portátil da Nintendo proporcionou para sua época.
Apostas ousadas e atrasos
Não é surpresa para ninguém que o processo e planejamento de um console ou nova linha de produtos nos games, se dá inicialmente num pedaço muito anterior de tempo. A década de 90 fora de sucesso absoluto para a Nintendo.
As vendas e o sucesso absurdo do Nintendo 64 fizeram a gigante japonesa explodir de sucesso nas vendas. Assim, o planejamento do sucessor do console já estaria em desenvolvimento, assim como o desenvolvimento do sucessor do Game Boy.
Datando mais ou menos em 1995, quando vazamentos apontavam para o sucessor como ”Project Atlantis”, veríamos a saga do GBA ter diversos atrasos e incoerências no seu desenvolvimento. Muito se havia dúvida a respeito do seu hardware, e especialmente no seu visual.
A aposta de um visual novo era vista como algo esquisito, mas mesmo assim seguiu-se em frente, adotando o formato horizontal. Posteriormente, a versão SP retomaria um pouco desse design original.
A conexão e multiplayer
O GBA arriscou em proporcionar conexões remotas, por portas seriais. Para a época, existir a possibilidade de realizar conexões locais, transferir data (mesmo que apenas 256 KB) e compartilhar o mesmo cartucho entre vários consoles era uma coisa de outro mundo.
O cabo apropriado era necessário para realizar isso, e mesmo não tendo uma funcionalidade multiplayer com internet propriamente, esses avanços seriam necessários para o console evolutivo. Em 2004 o Nintendo DS se aproveitaria desses avanços, e já contaria com conexões Wi-Fi nas primeiras unidades.
Além da conexão e multiplayer local/remoto, o GBA contaria com funcionalidades com o Game Cube, onde essa mesma porta poderia ser utilizada para conectar e ter acesso a conteúdos extras, em inúmeros jogos do console.
Retrocompatibilidade
O GBA possuía retrocompatibilidade! Parece loucura pensar em algo assim pra época, mas sim, o pequeno portátil tinha a capacidade de ativar e rodar os jogos do GameBoy e Game Boy Color.
Alguns probleminhas eram apresentados, muito por conta da resolução dos jogos anteriores, que apresentavam uma tarja preta, cortando na tela. Mas era um *porém* justo, pois no fim não estragaria a experiência.
Essa foi uma aposta muito correta, pois faria os jogadores se desligarem de seus consoles antigos e apostarem na nova geração sem ao menos perderem seus queridos títulos originais. Muito se elogia até hoje dessa prática, que foi proporcionada no futuro console de mesa da Nintendo, sendo o Wii capaz de utilizar dos jogos do Game Cube também.
A TONELADA de clássicos na biblioteca
Não é surpresa para ninguém ouvir por aí que o GBA possui ótimos títulos. Títulos esses que conquistaram uma vasta gama de jogadores para as franquias da Nintendo. Mesmo recebendo o seu sucessor na metade da vida útil do console, o legado do GBA proporcionaria novos títulos para até meados de 2008.
Títulos como Metroid Fusion, Metroid Zero Mission (belíssimo!!), Castlevania Aria of Sorrow, Super Mario Advance e, obviamente, Pokemon Ruby/Sapphire, fizeram o nome e legado do portátil.
Esses títulos, garantiram a transição natural e não forçada da geração Game Boy para o Nintendo DS. As vendas, primordialmente, não foram comprometidas, visto que o GBA ainda teria muita lenha para queimar para até 2006-2007.
O legado final do Game Boy Advance
Sabemos de uma coisa, a Nintendo nunca muda na sua política, e existem motivos claros para isso: os seus consumidores preferem assim. E quando muda, as vezes muda pra melhor (esquecemos que o Wii U existe).
A mudança e transição do Game Boy para o Nintendo DS não foi conturbada e não trouxe nenhum prejuízo para a nova nem a antiga geração. Tanto que o DS conseguiu superar e suceder muito bem o seu antecessor, se mantendo até hoje… talvez?
O GBA possui um lugar especial no coração de muitos hoje em dia, principalmente na sua vasta biblioteca, recheada de jogos de extrema qualidade. Dificilmente veremos algum novo console com o nome antigo, pois parece que o Advance sepultou a linha para sempre.
Mas isso não é ruim, devemos sempre pensar no futuro e utilizar o passado como pretexto para esses avanços, e aproveitar muito bem o que está ao nosso dispor no presente.