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Análise | Ryzen 7 5700X – O octa-core ideal para games
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O fim de ano chegou, e com as festas tanto a AMD quanto a Intel lançaram suas novas gerações de processadores. Porém, os altos preços dos novos produtos empurram os consumidores para as promoções da atual geração. Aproveitando o momento, a AMD enviou um Ryzen 7 5700X, uma CPU octa-core de alto desempenho, para a Torre de Controle, e depois de algumas semanas de uso, será que vale a pena investir nesse modelo?
O Ryzen 7 5700X
O Ryzen 7 5700X é um processador interessante. Ele segue a premissa atual da AMD para os Ryzen 5000, mantendo a arquitetura Zen 3 e sendo um dos últimos lançados para a plataforma AM4, chegando ao mercado pouco depois do primeiro trimestre deste ano. Mesmo assim, diante da competição interna com os novos Ryzen 7000 e os Intel Core de 12ª e 13ª geração, o modelo se sai como uma alternativa muito palpável por conta das suas configurações.
O chip, como já mencionado, é um octa-core, ou seja, possui 8 núcleos e 16 threads com frequência base de 3,6 Ghz e boost para até 4,6 Ghz. O processo de fabricação é em 7 nanômetros no padrão FinFET. Ainda vale destacar que o produto tem um TDP padrão “baixo”, de 65W. Assim, o processador ainda deve figurar bem em placas-mãe mais de entrada sem grandes problemas, embora minha escolha para modelos high-end já seja um chipset B550 ou uma B450 mais parruda.
O 5700X é um processador localizado um degrau abaixo do Ryzen 7 5800X, CPU que está disponível desde o início do lançamento dos Ryzen 5000. Infelizmente, não temos esse modelo específico para realizar uma análise mais aprofundada e realizar um comparativo, porém, quando olhamos as especificações, as grandes diferenças ficam no clock, que aumenta em 3,8 Ghz (base) e 4,7 Ghz (boost); além do TDP superior de 105W.
Vale reiterar que esse modelo não acompanha um cooler box, sendo necessário que você já tenha ou compre um cooler para arrefecer o sistema. Por ser um produto com TDP de apenas 65W, talvez não seja necessário um cooler tão forte, diferentemente do que eu já recomendaria para um 5800W, que consome e aquece – teoricamente – mais.
O 5700X é compatível com todas as placas-mãe do soquete AM4, então há um leque maior de possibilidades para montar uma nova máquina ou, principalmente, atualizar o sistema sem precisar de uma nova mainboard.
Testes e benchmarks
Bancada e metodologia
Antes de passarmos para os testes práticos, a nossa bancada é composta por uma placa-mãe Aorus B550I Pro AX, 16 GB de memória RAM DDR4 a 2666 Mhz, e uma RTX 3060. Embora a RTX 3060 não seja a placa ideal para os testes, esse é o único modelo que temos a nossa disposição no momento. O air cooler utilizado foi um Noctua NH-D15 Chromax.
Vale destacar que testamos games narrativos em Full HD e 4K, porém, é bom se concentrar no desempenho em Full HD, uma vez que quanto menor a resolução, maior é a carga para o processador e menor para a placa de vídeo. Conforme subimos a resolução, o processador fica com uma menor carga e a placa de vídeo é o componente que precisa trabalhar mais. Em resumo, quanto menor for a porcentagem de uso do processador, melhor; e quanto maior a porcentagem de uso da placa de video, melhor.
Em Resident Evil Village e Spider-Man testamos as duas resoluções, por serem games single-player e mais cinemáticos, que casam bem com 60 frames travados, como nos consoles. Já em Overwatch 2 e Warzone 2.0, por serem títulos competitivos, os testes foram feitos somente em FHD, já que não há muito sentido em jogar esse tipo de game em 4K.
Ademais, tecnologias de redimensionamento de image, como AMD FidelityFX Super Resolution (FSR) e o Deep Learning Super Sampling (DLSS) são utilizadas em praticamente todos os cenários. Esses recursos podem ajudar a melhor serrilhado e aumentam consideravelmente o desempenho, logo, não há motivos para não utilizar.
Resident Evil Village
Resident Evil Village é um game bem otimizado pela Capcom. Em Full HD, habilitamos a qualidade máxima junto ao FSR 1.0 em modo Ultraqualidade, resultando numa média de 150 quadros no saguão principal do Castelo, com margens para mais de 200 em certos momentos, em que o 5700X não passava de 30% de uso a 60º. Já ao ativar o Ray Tracing, o FSR dimensionou bem a proporção, e o processador pegou cerca de 20% de uso a 55º com uma média de 73 frames.
Em 4K, colocamos o FSR em modo Equilibrado, e o modelo segura mais de 90 quadros utilizando menos de 20% de sua capacidade. Ao ativar o RT, o gameplay cai para 54 frames, mas o processador não passa de 16% de uso em média.
Spider-Man Remastered
Spider-Man é um game que possui certa alternância de desempenho durante as balançadas de teia na cidade. O Ryzen 7 5700X consegue fazer mais de 90 frames em qualidade Ultra com DLSS no modo Qualidade, consumindo entre 50 a 60% com temperatura de 63º. Já ao ativar o RT e colocar o DLSS em Equilibrado, é possível ter um gameplay estável a pouco mais de 60 fps e usando mais na casa dos 60% do processador.
Em 4K, baixamos a qualidade para o Alto, com DLSS em Desempenho, e o processador fez mais de 70 quadros, consumindo pouco menos de 50%. Já com RT, o consumo passa para a média de 60% de carga ao fazer 62 frames. O game, de maneira geral, deu mais trabalho para a CPU por conta do mundo aberto e as balançadas bem rápidas pelo mapa, mas o limitador do sistema fica mais na conta da RTX 3060.
Warzone 2.0
Warzone 2.0 é uma caixinha de surpresas quanto a otimização, mas por conta da popularidade não dá para deixar o sucesso da Activison de fora. Utilizamos a qualidade Alta para mensurar até onde o processador pode ir, mas o ideal em games competitivos é sempre mirar em uma configuração média/baixa para ter mais frames. Com DLSS em modo Equilibrado, a jogatina ficou interessante em uma média de 110 frames, com subidas para 130 em ambientes internos e leves oscilações para a casa dos 90 quadros. O Ryzen 5 5700X operou a menos de 50% de uso em 65º, deixando claro que o impeditivo para termos mais frames é da placa de vídeo utilizada.
Overwatch 2
Por fim, Overwatch 2 é um título mais simples graficamente, mas que mostra bem até quantos frames o sistema pode fazer. Utilizando o FSR 1.0, é possível alcançar entre 280 a 300 frames em qualidade máxima. O Ryzen 7 5700X não passava de 25%, em média, de consumo a apenas 52º de aquecimento.
3D Mark – CPU Profile
Blender
Vale a pena?
O Ryzen 7 5700X é, inegavelmente, um processador octa-core bem competente. O modelo demonstra nos testes que não fica sobrecarregado nos lançamentos mais recentes, raramente passando de 60% em momentos específicos, e aquecendo pouco.
O modelo é uma indicação bem interessante para quem está montando um novo PC Gamer mais parrudo, ou para quem já tem um Ryzen de 1ª ou 2ª geração e quer mais estabilidade na jogatina. De fato, o upgrade é perceptível. Para realizar estes testes, saí do Ryzen 5 3600X, que ainda tem uma performance bem considerável, e o salto de desempenho é algo a se notar.
Porém, se você já tem um processador similar ao meu, como um hexa-core, um i5-10400F, etc, ainda acredito que esses processadores aguentam mais um tempo de uso, principalmente em títulos single-player. Mas, se o seu objetivo são altas taxas de quadro, como 144/165Hz em um Warzone, ou 240Hz no Overwatch/Rainbow Six, aí sim investir em um octa-core como o 5700x é uma pedida interessante.
O Ryzen 7 5700x custa na faixa dos R$ 1.500 ao longo do ano, mas nessas promoções de fim de ano já foi vendido por ótimos R$ 1.199. Em comparação, o Ryzen 7 5800X custa na casa dos R$ 1.800 durante grande parte do ano. O modelo inferior, o Ryzen 5 5600X é encontrado comumente por uns R$ 1.400, e já caiu para cerca de R$ 1.100. Sendo assim, o meio do caminho do 5700X é o meio-termo que eu gostaria de investir.
Por fim, acredito que o 5700X é um belo processador, que só não deve ser comprado caso o 5800X esteja em uma diferença de 100 ou 150 reais. No uso geral em games, certamente será uma opção bem longeva para os gamers.
Fundador da Torre de Controle. Sou apenas um jogador tentando sobreviver em um jogo sem pause, vida extra ou checkpoint.