Conecte-se com a Torre

Crítica | Nimona – Último filme da Blue Sky é uma aventura completa.

Cinema

Crítica | Nimona – Último filme da Blue Sky é uma aventura completa.

image_pdfimage_print

Quem ai lembra da Blue Sky Studios, responsável por grandes sucessos como A Era do Gelo e Rio, o estudio que foi fechado pela Disney logo após a compra da 20th Century Fox, teve o seu último grande projeto finalmente foi lançado, após ser resgatado pela Netflix.

E honestamente temos muito que agradecer a gigante do streaming por lançar Nimona, pois essa é de longe uma das melhores animações lançadas esse ano. Com um enredo repleto de aventura, humor e uma mensagem poderosa sobre aceitação, o filme não apenas entretém, mas também abraça a diversidade de forma admirável.

Baseado na Graphic Novel de mesmo nome criado por Noelle Stevenson, o filme é dirigido pela dupla Nick Bruno e Troy Quane (Um espião animal). E é importante dizer que os diretores optaram por seguir um caminho até que curioso ao mudarem um pouco o conteúdo original, mas que acabou se tornando uma escolha bem esperta, ainda mais se levarmos em consideração que todas as suas mudanças caíram como uma luva no longa.

Desde o seu primeiro minuto, Nimona, te transporta para um universo completo, onde vemos um reino medieval totalmente tecnológico, que vive sobre as asas de um governo controlador. Na história seguimos Ballister Coração Bravo (Riz Ahmed), um plebeu escolhido a dedo pela Rainha Valerin (Lorraine Toussaint) para se tornar o primeiro plebeu escudeiro do Reino. Mas acontece que Ballister é falsamente acusado de matar a Rainha e agora, como um vilão, tenta provar a sua inocência.

Ballister é um personagem altamente complexo e intrigante, seus dilemas morais brigam com sua motivação principalmente quando se diz a respeito de Ouropélvis (Eugene Lee Yang). É quando o personagem se vê preso entre tentar abrir os olhos do seu amado, ao mesmo tempo que tenta fazer com que o Reino não afunde de vez com tais revelações “bombásticas” a respeito de um governo injusto e fascista.

Por outro lado nós temos a personagem título Nimona (Chloë Grace Moretz), uma garota corajosa, destemida e com uma personalidade totalmente sem filito. E chega a ser difícil não se encantar por ela desde a primeira vez em que aparece em tela, Nimona tem aquele ar sarcástico, o que consequentemente traz o humor ácido para o filme. Como metamorfa, a garota tem uma jornada de autodescoberta muito bem desenvolvida.


Nimona, desempenha um papel fundamental a trama, ao ser uma personagem Queer que foge do padrão já visto em outras animações, sua aparência e atitude são pontos de destaque principalmente quando falamos de como sua identidade é retratada com naturalidade e máximo respeito, sendo esse um dos pontos mais admiráveis de todo o filme.

E tudo muda quando Ballister e Nimona começam a se conhecer melhor, o jeito que o roteiro tira momentos certeiros para desenvolver a amizade dos dois é precisa. Antes fechada e irônica a menina aos poucos toma coragem e medo de se abrir com Ballister, mesmo que ainda assim do seu jeitinho amargo. Dentro de suas 1h e 40min de filme, o filme demonstra todos os lados necessários dos personagens e nos prende de forma inteligente, tornando suas histórias não apenas empolgante, mas também impactante.

O roteiro consegue se equilibrar muito bem entre os momentos de comédia – que chegam a lembrar o humor ácido de Shrek – e a emoção, chegando para encantar todos que dedicarem um tempo de suas vidas para apreciar essa obra de arte animada. Nimona ainda arruma tempo para conversar e refletir nossa sociedade atual, onde ainda que estejamos constantemente indo para o futuro, nos vemos no passado quanto a pessoas LGBTQIAP+.


Mas é obvio que nada disso seria possível se não fosse a direção dinâmica da dupla Nick e Troy. O longa nunca se vê estagnado em uma parte, tudo acontece de forma muito fluida assim como a sua animação que brinca entre o 2D, 3D e um CGI invejável com cores vibrantes e cenários altamente detalhados e vivos, revelando uma direção cuidadosa da equipe de arte. Com cenas de ação fluidas e tão bem dirigidas que chega a ser capaz de fazer inveja em muitos filmes Live-Actions por ai.

 E para completar de quebra o filme tem uma trilha sonora que brinca entre o clássico e o punk, trazendo toda personalidade eufórica da personagem título e contando com músicas de bandas famosas como Judas Priest. Mas sempre sabendo quando se conter e ir para um lado mais emotivo quando necessário, fazendo com que momentos importantes da trama fiquem guardados em nossas memórias.

Fico triste ao lembrar que quase não vimos esse filme ganhar vida graças a Disney, que não só fechou um estúdio inteiro responsável por longas famosos e amados, mas também não deu nem a oportunidade da produção finalizar o filme. Porém graças a Netflix, Nimona saiu e digo com folga que esse acabou se tornando um dos melhores filmes da plataforma e uma das melhores animações desse ano brigando lado a lado com “Através do Aranhaverso”.

 No fim, mesmo que fugindo do material original, Nimona se  destaca por ser uma animação que combina personagens carismáticos, uma história bem construída e representatividade sem medo e autentica. Que acaba trazendo uma poderosa mensagem sobre aceitação, com um clímax importante e reflexivo que nos deixa querendo ainda mais.

Para aqueles que gostaram recomendo a Graphic Novel, pois mesmo que ainda tenham suas diferenças, uma obra completa a outra.

Nota: 5/5

Aficionado por animações e estudante de jornalismo pronto para o resgate!

Comentários

Mais em Cinema

Topo
demo olympus starlight princess demo slot bonanza fortune dragon slot demo sugar rush gatotkaca slot demo slot 5 lion wild west gold demo gates of olympus starlight princess sweet bonanza fortune dragon sugar rush gates of gatot kaca aztec gems 5 lions megaways sweet bonanza xmas fruit party wild west gold power of thor megaways the dog house megaways